sexta-feira, 16 de setembro de 2011
A reforma de Ezequias
Muito se fala hoje em reforma e reavivamento na igreja. Essa é a nossa mais urgente mensagem. Mas, o que significa verdadeiramente essa reforma? Existe algum modelo bíblico que nos ensina a praticá-la? Que princípios envolvidos no texto bíblico podem ser aplicados hoje?
II Crônicas 29 a 31 traz oito princípios fantásticos a respeito da tão sonhada e necessária reforma. Se estes princípios forem devidamente incorporados em nossa vida pessoal e coletiva, teremos a oportunidade de experimentar o refrigério do Espírito Santo, o “reavivamento da verdadeira piedade”.
O texto fala a respeito da reforma executada pelo rei Ezequias. Quem foi esse rei?
Ezequias era filho de Acaz, um dos piores reis que o reino do Sul, Judá, teve. O reinado de Acaz foi tão terrível que o cronista não achou nenhuma qualidade para elogiar. Ele seguiu os passos do seu “pai” Jeroboão. Idólatra, teve a resolução maligna de queimar seus próprios filhos a deuses pagãos. Que filho de Belial!
Ao contrário de seu pai Acaz, Ezequias seguiu os passos de seu “pai” Davi - fez o que era reto ao Senhor. Ele promoveu o verdadeiro culto em Israel. Ele consultava constantemente ao Senhor, antes de tomar alguma decisão. (Essa era uma grande virtude espiritual de Davi).
Deste relacionamento pai/filho podemos extrair uma grande lição: não importa quem são nossos pais ou a forma como fomos criados. Quem determina o nosso destino e caráter somos nós mesmos. Somos fruto de nossas próprias escolhas. Parece que Ezequias seguiu o melhor caminho – escolheu a vida. (Dt 30:19). O mais curioso ainda é que o filho de Ezequias foi o famoso rei Manassés. Rei ímpio e perverso que também queimou os filhos no vale de Hinom. (II Cr 33:6) Dentro desta genealogia, Ezequias foi um recheio positivo dentro de dois personagens maquiavélicos na história de Judá!
Então vamos aos oito princípios na reforma efetuada por Ezequias, a partir do ano 715 a.C.:
1. Ezequias não apenas abriu as portas do Tempo – Ele removeu as impurezas e imundícias que estavam ali. II Cr 29:5, 16. Os líderes de Judá haviam levado todo o tipo de ídolos e práticas imundas para dentro do Templo, um lugar que deveria ser separado para fins puros e santos. Até imoralidade sexual e depravação tiveram espaço ali. Ezequias agora faz uma faxina espiritual e retira tudo aquilo que promovia um sincretismo vil e maligno dentro do povo de Deus.
Esse é o primeiro passo para a verdadeira reforma em nossos dias: remover do nosso coração, ouvidos, olhos e mãos tudo aquilo que mina e destrói a verdadeira comunhão com Deus. Precisamos abandonar o egoísmo, orgulho, soberba, ganância, sexualidade depravada, inveja e muitos outros maus traços de caráter. Só para adiantar pra você: pelas nossas próprias forças não conseguiremos remover esses vícios do coração. Precisamos desesperadamente do Espírito Santo de Deus, para que queime e destrua toda a escória de pecado que existe nos lugares mais recônditos de nosso coração. (Jo 16:8) Peça isso a Ele hoje!
2. Reforma implica em promover um culto e liturgia que honrem a Deus. II Cronicas 29:25; 30:21. Um dos textos bíblicos que mais respaldam o ministério da música em toda a Bíblia são estes acima. Eles nos informam que a instituição da música e dos líderes de louvor no Templo vieram segundo o “mandado do Senhor”. Além disso, o texto nos informa que eles faziam isso “em honra ao Senhor”. Portanto, a ideia de se fazer música na igreja não foi originada por mentes humanas, mas sim, pela mente infinita de Deus. Ele é o criador da música. E Ele nos informa ainda qual é o objetivo dela: “honrar ao Senhor”. Qualquer ministério de música que possui um fim em si mesmo e não procura honrar ao Senhor acima de tudo, está indo de encontro ao verdadeiro propósito instituido por Deus.
Além destas importantes informações, o verso 34 nos afirma ainda que “os levitas foram mais retos de coração para se santificarem, do que os sacerdotes”. Ou seja: os músicos, os ministros da música buscaram mais ao Senhor do que os próprios sacerdotes. Será que isso nos indica alguma coisa? Será que o mesmo Deus que lê os corações faria esta mesma distinção hoje entre os músicos e os pastores?
3. Reforma implica em organização: Ezequias organizou o turno dos sacerdotes e levitas. Aplicou devidamente os dízimos e recolheu fielmente as ofertas. II Cr 31:2 Não existe Reforma espiritual sem organização, planejamento, sem o uso correto do tempo e dos recursos financeiros e humanos. O nosso Deus é um Deus de organização. Ele quer ver lares organizados, mentes organizadas, instituições organizadas, igrejas organizadas, liturgias organizadas, ministérios organizados... Qual uma engrenagem que funciona num sincronismo perfeito, as instituições da igreja devem coexistir, tanto a nível local como geral.
4. Reforma deve promover a unidade. “Dando-lhes um só coração”. II Cr 30:12. Tem gente que busca a reforma sozinho. Quer o poder pra si. Não se importa com os outros e com o que os outros pensam. Mas a reforma possui uma face coletiva. Ela deve contagiar o próximo e promover a unidade de pensamento e sentimento. Esse era o sonho do apóstolo Paulo para os Filipenses em sua epístola da alegria. (Fp 2:3,4). Seria tão bom se a igreja buscasse a reforma visando a unidade EM AMOR! Esse é o vínculo que deve reger nossos relacionamentos.
5. Na verdadeira reforma, Cristo está no centro da vida e da pregação. Ezequias mandou que o povo de Judá celebrasse novamente a Festa da Páscoa. Eles imolaram o cordeiro pascal, símbolo da redenção e libertação em Cristo Jesus. (I Pe 1:19) A tônica da reforma é a justificação pela fé. Lembremos que a salvação não é uma reforma “de fora para dentro”, mas “de dentro para fora” - que vem primeiramente do coração.
Muitos hoje buscam uma reforma apenas exterior. Pensam que a reforma é apenas uma mudança na forma de se alimentarem. Pensam que se deixarem de comer açúcar, por exemplo, alcançarão um nível superior de religiosidade. Eles se equivocam, porém, que a reforma começa de dentro para fora. Eles se esquecem de buscar e exaltar a Cristo em sua vida. Preocupam-se com a letra da Lei e não com a espiritualidade da mesma. Você não acha que deveríamos colocar novamente a Cristo como o foco de nossa reforma espiritual? Você não crê que a mensagem da justificação pela fé está intrinsecamente ligada à mensagem da santificação? Então por que costumeiramente disassociamos uma da outra em nossa vida? Por que queremos buscar a santificação sem o constante depender de Cristo? Precisamos fazer como Ezequias: relembrarmos que sem o sacrifício vicário de Jesus, o Cordeiro de Deus, não existe Reforma espiritual.
6. Reforma gera oposição em alguns. Muitos riram e zombaram ao saberem que Ezequias queria promover novamente a Páscoa. II Cr 30:10. Para alguns, querer mudar de vida e atitudes é algo quase impossível, pois irá gerar grande oposição ou ridicularização por parte de amigos e familiares. Mas não existe outro caminho. Quem quiser experimentar a reforma espiritual, deverá estar preparado para críticas.
7. A oração intercessória é indispensável na reforma. II Cr 30:18-20. Deus age quando oramos pelos outros. Da mesma forma como ocorreu com Salomão (I Rs 8:46-50) e Daniel (Dn 9:5), Deus ouviu as oração de Ezequias em favor do Seu povo. Que exemplo para nós hoje! “Muito pode por sua eficácia a súplica do justo”. Tg 5:16.
8. O resultado da reforma é a pregação do evangelho. Depois de enviar cartas, correios para o grande ajuntamento em Jerusalém, vieram muitos estrangeiros. Esse é o objetivo da reforma pessoal e coletiva – a pregação das boas novas de salvação!
Certa vez, acharam escrito no diário de um pastor a seguinte oração: “Senhor, reaviva a Tua igreja, mas comece comigo”. Precisamos fazer essa mesma oração a Deus hoje. Precisamos aplicar esses princípios em nossa vida, para que alcancemos a verdadeira reforma e reavivamento que tanto necessitamos para o nosso tempo, se quisermos ver Jesus voltando em nossa geração. Aí sim, receberemos o refrigério da chuva serôdia do Espírito Santo.
domingo, 12 de junho de 2011
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Uma mistura de sangue e azeite
“O Jardim do Éden, com sua pútrida mancha de desobediência, deve ser cuidadosamente estudado e comparado com o Jardim do Getsêmani, onde o Redentor do mundo sofreu agonia sobre-humana quando os pecados do mundo todo foram depostos sobre Ele.” CRISTO TRIUNFANTE, MM 2002, pág. 24. Como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. Rom. 5:19.
Você já percebeu como Jesus tem sido o tema principal de muitas revistas, filmes e da mídia secular em geral? Um jornalista, redator de uma importante revista científica, disse certa vez que, hoje em dia, a figura de Jesus tem causado um verdadeiro “reboliço” nas pessoas. A revista que vendeu mais, segundo ele, foi a que tinha uma gravura de Jesus na capa – essa revista vendeu cerca de 200 mil cópias. E ao ser entrevistado, o redator disse que “Jesus está em moda”, o que pode ser muito bem aplicado em suas “estratégias de marketing”.
Mas ainda bem que, nem tudo o que essas revistas estão dizendo por aí está em contradição com a Bíblia. Quero citar um exemplo. Em fevereiro de 2008, a revista IstoÉ trouxe uma reportagem de capa intitulada “a autópsia de Cristo”. O objetivo da reportagem foi dissecar a morte de Cristo sob o ponto de vista científico da medicina. O médico legista americano Frederick Zugibe, 76 anos, cristão fervoroso, um dos mais conceituados peritos criminais em todo o mundo e professor da Universidade de Columbia, juntou ciência e fé e atravessou meio século de sua vida debruçado sobre a questão da verdadeira causa mortis de Jesus. Escreveu três livros e mais de dois mil artigos sobre esse tema, todos publicados em revistas especializadas, nos quais revela como foi a crucificação e quais as conseqüências físicas, do ponto de vista médico, dos flagelos sofridos por Cristo.
O interesse pelo assunto surgiu em 1948 quando ele estudava biologia e discordou de um artigo sobre as causas da morte de Jesus. Jesus morreu antes de ser suspenso na cruz? Morreu no momento em que lhe cravaram uma lança no coração? Morreu de infarto? O médico legista Zugibe é categórico em responder 'não'. E atesta a causa mortis: Jesus morreu de parada cardiorrespiratória decorrente de hemorragia e perda de fluidos corpóreos (choque hipovolêmico), isso combinado com choque traumático decorrente dos castigos físicos a ele infligidos.
"O ponto de partida é o Jardim das Oliveiras", diz Zugibe, (e aqui é o ponto onde quero chegar nesse texto!) "quando Jesus se dá conta do sofrimento que se avizinha: condenação, açoitamento e crucificação. Relatos bíblicos revelam que nesse momento 'o seu suor se transformou em gotas de sangue que caíram ao chão'. A descrição (feita pelo apóstolo Lucas, que era médico) condiz, segundo o legista, com o fenômeno da hematidrose, raro na literatura médica, mas que pode ocorrer em indivíduos que estão sob forte stress mental, medo e sensação de pânico. As veias das glândulas sudoríparas se comprimem e depois se rompem, e o sangue mistura-se então ao suor que é expelido pelo corpo.
"Fala-se sempre das dores físicas de Jesus, mas o seu tormento e sofrimento mental, segundo o autor, não costumam ser lembrados e reconhecidos pelos cristãos: 'Ele foi vítima de extrema angústia mental e isso drenou e debilitou a sua força física até a exaustão total.' Zugibe cita um trecho das escrituras em que um apóstolo escreve: 'Jesus caiu no chão e orou.' Ele observa que isso é uma indicação de sua extrema fraqueza física, já que era incomum um judeu ajoelhar-se durante a oração. A palidez com que Cristo é retratado enquanto está no Jardim das Oliveiras é um reflexo médico de seu medo e angústia: em situações de perigo, o sistema nervoso central é acionado e o fluxo sangüíneo é desviado das regiões periféricas para o cérebro, a fim de aguçar a percepção e permitir maior força aos músculos. É esse desvio do sangue que causa a palidez facial característica associada ao medo. Mas esse era ainda somente o começo das 18 horas de tortura.”
Você percebeu como a ciência retratou a cena de Jesus no Jardim do Getsêmani? “Ele foi vítima de extrema angústia mental”. Ela confirma o que foi escrito nos Evangelhos. Agora, eu quero estudar com você um pouco sobre essas últimas horas de Jesus antes de morrer, mais precisamente sobre os momentos em que estava no Jardim do Getsêmani.
Após celebrarem a ceia no cenáculo e após dizer Suas palavras de despedida, Jesus e os discípulos dirigiam-se ao jardim do Getsêmani. Saíram pelas portas da cidade, baixaram pelo vale íngreme e cruzaram o canal da corrente Cedrom. Ali deve ter acontecido algo simbólico. Todos os cordeiros pascais eram sacrificados no templo e se vertia seu sangue sobre o altar como oferta a Deus. A quantidade de cordeiros que se matava para a páscoa era imensa. Em certa ocasião, trinta anos depois da época de Jesus, fez-se um censo e se contaram 256.000. Podemos imaginar o que seriam os pátios do templo quando se vertia todo o sangue destas ovelhas sobre o altar! Do altar havia um canal que ia ao arroio Cedrom e o sangue fluía por ele. Quando Jesus cruzou o arroio certamente ainda estava vermelho com o sangue dos cordeiros sacrificados. E sem dúvida alguma ao ver esse sangue vislumbraria de maneira mais clara seu próprio sacrifício. (William Barclay, Novo Testamento Comentado, p. 514).
É interessante sabermos que Jesus se dirigiu juntamente com seus discípulos a um jardim, horas antes de ser crucificado. Por que um jardim? Esse jardim era um lugar costumeiro de oração. Jesus costumava estar ali com seus discípulos para orar e estar em comunhão com o Pai (João 18:2). E jardim significa isso. Um lugar reservado. Evoca adoração. Indica vulnerabilidade e dependência.
Na verdade, “jardim” foi a primeira morada do ser humano. Sua primeira casa. O lugar onde tudo começou: a alegria do primeiro amor e a tristeza da perda. O lugar do encontro e também do desencontro: o encontro do Criador com a criatura; do homem com a mulher; e também o lugar da separação – separação do primeiro casal do seu Criador. Foi o lugar onde as flores abriram espaço para os espinhos; onde a alegria abriu caminho para a dor; onde o ódio se tornou o instinto marcante entre os seres vivos, onde a natureza chorou ao perceber que seria vítima do pecado de nossos primeiros pais.
“Jardim do Éden” significa “Lugar de Delícias”. O lugar das surpresas; o lugar das descobertas; o lugar onde podiam conversar face a face com o próprio Deus; o lugar onde a eternidade era o presente. Mas também foi o lugar do engano e da aceitação do mal. O lugar da despedida. Porém, o pecado não pegou Deus de surpresa. Ele já tinha elaborado um plano para salvar o homem. Gênesis 3:15 diz: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.
Agora, depois de alguns milênios, o Criador se encontra novamente num jardim. Mas esse jardim era diferente. Em vez de “lugar de delícias”, ele se chamava Getsêmani. A palavra hebraica Getsêmani quer dizer “lagar do azeite”, “prensa de óleo” ou “prensa de azeite”. Era um lugar onde havia muitas oliveiras e onde havia o cultivo e prensagem das azeitonas, que era feita em grandes pedras localizadas no centro do jardim. Na parte superior dessas pedras, havia um orifício onde eram prensadas as azeitonas, cujo líquido escorria através de um canal até um recipiente onde era recolhido o azeite.
E nesta feita, não eram as azeitonas que estavam sendo pressionadas no Getsêmani; mas o Filho de Deus. Nesse momento, aparentemente, em vez de o Descendente pisar na cabeça da serpente, parece que a serpente é quem está se saindo vitoriosa contra o Descendente, pressionando-O. Como pôde isso? Ellen G. White escreveu de forma primorosa: “Satanás apertava o Redentor, apresentando a situação justamente em seus piores aspectos”. Com cruéis tentações, tentou fazer com que Cristo deixasse de cumprir Seu plano de salvar o homem. Mas “Cristo repeliu esse pensamento com todo Seu ser. Que aqueles a quem empreendera salvar, aqueles a quem tanto amava, se unissem aos tramas de Satanás - isto Lhe traspassava a alma. Terrível era o conflito. Media-se pela culpa da nação, de Seus acusadores e traidor, pela culpa de um mundo imerso na impiedade. Os pecados dos homens pesavam duramente sobre Cristo, e esmagava-Lhe a alma o sentimento da ira divina... Terrível foi a tentação de deixar que a raça humana sofresse as conseqüências de sua própria culpa, e ficasse Ele inocente diante de Deus.” O Desejado de Todas as Nações, págs. 686 e 687.
Em meio às acusações satânicas e ao pesado fardo dos pecados que lhe recaía sobre seus ombros, Jesus começou a suar gotas de sangue. Não mais o azeite das azeitonas era derramado sobre as gélidas pedras do jardim, mas o sangue precioso do Salvador que decidiu pagar o preço da humanidade até o fim. Jesus disse: “A minha alma está profundamente triste até à morte”. Mateus 26:38. Foi o peso do pecado, a sensação de sua terrível enormidade e da separação por ele causada entre Deus e a alma, que quebrantaram o coração do Filho de Deus. “Ao sobrevir-Lhe a agonia de alma, grandes gotas sanguinolentas de suor Lhe saíram dos poros e, com o orvalho que caía, umedeceram a relva do Getsêmani.” CRISTO TRIUNFANTE, pág. 265. Uma mistura de sangue e azeite. Bem como disse o profeta Isaías: “Certamente, Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Todavia, o Senhor AGRADOU MOÊ-LO, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos”. Isaías 53:4 e 10.
Mas felizmente, Cristo resistiu às sinuosas tentações de Satanás e saiu-se vencedor. “Pai, se possível, passa de Mim esse cálice, mas não seja como Eu quero, mas sim, como Tu queres”. (Mateus 26:39). Esse foi o rogo de Cristo por três vezes. Jesus confiou na direção e no plano do Pai. Ele estava submisso ao plano que tinha sido arquitetado “desde a fundação do mundo”. O veneno da serpente e o seu plano de “apertar” o Salvador com duras tentações, “virou-se” contra ela mesma. A “desgraça” do sofrimento de Jesus, o fato de Ele ter-se feito “maldição” por nós, (Deuteronômio 21:23, Gálatas 3:13, Números 21:1-9, João 3:14 e 15) se transformou numa grande bênção. E Jesus é especialista em transformar desgraças e bênçãos.
O livro “Cristo em Seu Santuário” diz na página 70: “No Getsêmani, a taça de amarguras tremia-Lhe na mão. Ele poderia naquele momento ter enxugado o suor de sangue da fronte, abandonando a raça criminosa para que perecesse em sua iniqüidade. Houvesse Ele feito isto, e não teria havido redenção para o homem caído. Quando, porém, o Salvador rendeu a vida, e em Seu último alento clamou: "Está consumado", assegurou-se naquele instante o cumprimento do plano da redenção. Ratificou-se a promessa de libertamento, feita no Éden, ao casal pecador. O reino da graça, que antes existira pela promessa de Deus, foi então estabelecido”.
Alguns personagens importantes são apresentados por João nesse cenário do Getsêmani e merecem ser analisados. Judas e Pedro. Personagens tão parecidos e ao mesmo tempo tão diferentes em frente aos últimos acontecimentos da vida de Jesus.
Pedro e Judas conheciam aquele lugar, “porque Jesus ali estivera muitas vezes com seus discípulos” João 18:2. Ali, os discípulos aprenderam a ter comunhão com Deus. Aprenderam a orar. Talvez, até cantavam juntos em alguns momentos. Um conjunto de 13 pessoas!
Mas desta vez, o cenário era diferente. Era um cenário de luta entre Cristo e Satanás; Miguel e a serpente. Um cenário onde cruéis tentações estavam sendo travadas, onde ambos os poderes disputavam o domínio da humanidade. Apenas Jesus foi capaz de “vigiar e orar”. Os discípulos estavam “sonolentos”; seus olhos estavam pesados (Mt. 26:43); estavam dormindo de “tristeza” (Lc. 22:45). Mas graças à comunhão com o Pai e a submissão à vontade de Deus, Jesus saiu-se vitorioso. “Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua.”
Judas foi quem trouxe a escolta (Em grego, escolta - “speira”, indica um grupo de 600 homens, mas não quer dizer que todos estavam presentes na ocasião) de soldados para prender Jesus. A guarda do Templo estava presente. Estes vieram com tochas, lanternas, armas, (evidência de que tenha sido testemunha ocular) como se viessem prender um marginal ou assassino, devido à quantidade de armas. Antes de perguntarem, Jesus se adiantou e disse: “A quem buscais?”. Jesus sabia o que eles queriam. E eles responderam: “A Jesus, o Nazareno”. E Jesus disse: “Sou Eu”. (Esta afirmação pode indicar simples identificação, como em 9:9, ou pode também dar a entender o misterioso e majestoso nome do próprio Deus - 8:58). Ao dizer isso, todos que faziam parte daquela turba recuaram e caíram por terra. Lucas 23:43 menciona que “apareceu um anjo do céu que o confortava”. Ellen White diz no livro O Desejado de Todas as Nações pág. 693 e 694: “Nessa horrível crise, quando tudo estava em jogo, quando o misterioso cálice tremia nas mãos do Sofredor, abriu-se o Céu, surgiu uma luz por entre a tempestuosa treva da hora da crise, e o poderoso anjo que se acha na presença de Deus, ocupando a posição da qual Satanás caíra, veio para junto de Cristo. O anjo não veio para tomar-Lhe o cálice das mãos, mas para fortalecê-Lo a fim de que o bebesse, com a certeza do amor do Pai. Veio para dar força ao divino-humano Suplicante. Ele Lhe apontou os Céus abertos, falando-Lhe das almas que seriam salvas em resultado de Seus sofrimentos. Afirmou-Lhe que Seu Pai é maior e mais poderoso que Satanás, que Sua morte redundaria na sua inteira derrota, e que o reino deste mundo seria dado aos santos do Altíssimo. Disse-Lhe que Ele veria o trabalho de Sua alma, e ficaria satisfeito, pois contemplaria uma multidão de membros da família humana salvos, eternamente salvos... A agonia de Cristo não cessou, mas Sua depressão e desânimo O deixaram”.
Enquanto Pedro dormia, Judas se apresentou com a escolta de guardas e soldados. Enquanto Judas traía Jesus com um beijo na face, Pedro defendia Jesus com “unhas e dentes”, cortando a orelha de um dos guardas do Templo chamado Malco. Com certeza, aquele golpe não era para acertar a orelha do soldado!
Ambos tinham motivações aparentemente corretas, mas que foram desenvolvidas de forma totalmente equivocada. Judas queria dar uma “forcinha” para Jesus mostrar o Seu poder e instaurar o Seu reino aqui na terra. Deu a “forcinha” realmente visando receber uma posição dentro desse reino. Já Pedro, através da força e da impetuosidade, quis defender Jesus, mas foi repreendido: “Mete a espada na bainha; não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?” João 18:11. Mateus acrescenta: “Acaso, pensas que não posso rogar a Meu Pai, e Ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos [uma legião no lugar de cada um dos discípulos]? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, segundo as quais assim deve suceder?” Mateus 26:53 e 54.
Após essa cena, Jesus pacientemente se rendeu e permitiu que fosse levado pelos soldados. Os discípulos ficaram aterrorizados, ao ver que Jesus permitia que O prendessem e ligassem. Como Jesus podia permitir isso? Indignado e cheio de medo, Pedro propôs aos discípulos que se salvassem a si mesmos. Seguindo essa sugestão, "todos os discípulos, deixando-O, fugiram". Mas Jesus já tinha predito essa deserção. "Eis que chega a hora", dissera, "e já se aproxima, em que vós sereis dispersos, cada um para sua parte, e Me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo." João 16:32.
Jesus foi deixado só. Só no Getsêmani, sofrendo a cruel condenação daquele “amargo cálice”. Só perante os líderes Anás e Caifás. Só diante de Herodes. Só ao ser julgado por Pilatos. Só na cruz. Só sem o Pai. Só. “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?” foi o Seu grito na cruz. Mas Ele tinha que “pisar no lagar sozinho”. Ele tinha que experimentar a profundidade do abismo. Essa era a Sua maneira “estranha” de salvar. Um por todos. Um levando a culpa de todos. E Ele se fez maldição por nós. O veneno se tornou antídoto. A serpente levantada no deserto por Moisés era o símbolo de Cristo fazendo-Se maldição por nós (Dt 21:23 e Gl 3:13), ou seja, levando a nossa maldição em Suas costas. E a caça se virou contra o caçador. A serpente chamada Satanás foi esmagada bem na cabeça, no meio dos olhos. A desgraça se transformou em bênção. Um morreu por todos. A mistura de sangue com azeite simboliza isso: a face ensangüentada de Cristo no Getsêmani resplandecia a glória e o amor de Deus por nós. E é esse amor que nos purifica e nos redime.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Amor extravagante
Maria. Um nome conhecido. Um nome até popular. No Brasil, existem milhares de “Marias”: donas-de-casa, mães de filhos, ricas, pobres, chefes de empresas ou empregadas. Cada uma tem a sua história. Mas apesar do nome conhecido, a maioria delas terá uma vida desconhecida. Poucas terão a sua história contada em um livro, por exemplo.
A Bíblia conta a história de uma “Maria” que, dentre tantas, foi uma pessoa especial. Especial porque foi transformada – e transformada porque seus passos se cruzaram com os passos de Jesus. Seu passado? Triste e doloroso. Perspectiva de futuro? Aparentemente nenhuma. Amigos? Restaram apenas seus irmãos: Marta e Lázaro, que eram bem diferentes dela.
Por muitos anos, Maria viveu no submundo dos vícios e dos prazeres. Viveu atormentada por espíritos imundos e acabou se tornando morada para 7 demônios. Ela sentiu na pele o que é ser prisioneira de Satanás e o que é sentir culpa, remorso, dor, sofrimento e discriminação. A palavra “Maria” quer dizer tanto “senhora” como “amargurada”. Ambos significados. Maria viveu os dois “pólos” do seu próprio nome. E para piorar sua situação, Maria vivia em Magdala, uma cidade litorânea que tinha, segundo o Talmude, uma reputação repugnante de prostituição. Imagine alguém chamando o nome “Maria Madalena” na rua: - “Amargurada da cidade das prostitutas, venha aqui!”. Esse era o significado do seu nome e da sua vida. O nome “Magdala” significa torre ou castelo, porém a vida de Maria mais parecia um castelo assombrado.
Apesar disso, a Bíblia não nos dá muitos detalhes sobre a sua infância e juventude. Que bom! E isso acontece porque Deus não se interessa com os momentos obscuros de nosso passado. Ele não explora a debilidade trazida pelo registro de nossa vida. Mas Ele se importa com o nosso presente e com o que podemos ser quando nos entregamos em Suas mãos. Ele se interessa com o nosso “aqui agora”.
E foi isso o que aconteceu com Maria. Ela se encontrou com Jesus, e recebeu uma nova chance. Você quer uma nova chance? Jesus é especialista em dar novas chances. Com Deus não há choro pelo copo derramado. Ele não se importa com aquilo que “nasce torto e nunca se endireita”, porque Ele é Mestre em endireitar as veredas e os corações dos perdidos. Não há ninguém que foi tão longe que não possa ser alcançado pela graça de Deus. E Jesus irradiou sua graça à Maria a ponto de transbordar um amor extravagante.
Talvez Maria tenha sido a única pessoa no tempo de Jesus que fez uma entrega completa a Ele. Ninguém mais fez isso. Nem Pedro, nem João, nem Nicodemos, nem a própria mãe de Jesus. Mas Maria Madalena fez. Ela derramou sua vida em gratidão e adoração a Jesus. Ela é um modelo de entrega completa e plena a Deus. É só você parar para olhar a cruz: depois que todos foram embora, só Maria restou. Foi a primeira a ver e conversar com Cristo após a ressurreição. Por quê? Porque ela experimentou o amor absurdo de Jesus e se apaixonou profundamente pela Salvação.
O texto de João 12 começa descrevendo um banquete em Betânia, ocorrido seis dias antes da Páscoa. Levando em conta que a entrada triunfal de Jesus foi no domingo, provavelmente essa refeição tenha acontecido no sábado à noite, após o pôr-do-sol. Esse evento aconteceu na casa de Simão, o fariseu, que tinha sido curado da lepra por Jesus (Mc 14:3-9). Ela era um dos poucos fariseus que se uniu abertamente a Cristo como um dos seus seguidores. Reconheceu Jesus como Mestre, mas infelizmente, não o reconheceu como Salvador. O que o atraía a Jesus era apenas a gratidão por tê-lo curado. Que pena! Muita gente tem um encontro com Jesus apenas em busca de troca de favores e negócios pessoais!
Para o banquete, Jesus não foi o único convidado. Muitas outras pessoas compareceram, dentre elas Lázaro (que tinha acabado de ser ressuscitado – imagine a cena! Quem será que chamou mais a atenção: quem ressuscitou ou quem fez ressuscitar?), as 2 irmãs de Lázaro: Marta e Maria e alguns discípulos. Nessa época, havia um grande alvoroço por parte de todo povo. As atenções dos judeus se voltavam para Cristo. “Será que Ele vai se proclamar Rei na sexta-feira, na festa da Páscoa?” Desde a ressurreição de Lázaro, esse milagre da ressurreição de um homem morto há 4 dias ganhou simpatia de todo o povo, provocando assim o ódio e desejo de matar Jesus por parte dos fariseus e lideres religiosos.
Enquanto que em Jerusalém o burburinho era total e a massa religiosa conspirava contra Jesus, o Mestre achava-se à mesa, juntamente com Simão de um lado e Lázaro do outro. Marta servia cuidadosamente enquanto que Maria ouvia atentamente cada palavra dita por Jesus. E hora da refeição você sabe como é que é: risos, alegria, história pra cá, história pra lá, barulho de copo batendo em talher, é comida caída na mesa... O papo tava bom, quando de repente, cheiro de comida misturou com cheiro de perfume. Em vez de “degustar” o cheiro maravilhoso dos pratos de Marta, o “gosto” virou “bálsamo de nardo puro”. Tanto que os mais “finos” da mesa devem ter dito: “nossa, quem tá usando esse perfume? Não tem ninguém rico aqui!!” Mas, de repente, perceberam que era Maria, irmã de Marta e Lázaro, quem derramava o perfume caríssimo sob os pés de Jesus e os enxugava com os seus cabelos.
Para quem estava na ceia, aquele perfume não combinava com Maria, muito menos com a sua reputação. Mas para Jesus combinava. Combinava com o seu coração. Maria tinha uma imensa gratidão por Jesus ter perdoado seus muitos pecados. Com muito sacrifício, comprou um vaso de alabastro contendo esse perfume caro para com ele ungir o corpo de Cristo.
O Alabastro era um pote feito de uma pedra somente encontrada nas imediações de uma cidade Egípcia chamada Alabastron. Era semelhante ao mármore, mas era mais maleável e facilmente se modelava os potes de perfumes.O nardo era um bálsamo feito da raiz de uma planta da Índia (Nardostachys jatamansi) que crescia nas montanhas do Himalaya. Os arábios a chamavam de “cravo indiano”. Não era apenas a distância, mas a raridade da planta que tornava o nardo caríssimo e tão procurado.
O alabastro e o nardo oferecido por Maria a Jesus talvez tenha sido o presente mais caro que Jesus recebeu em todo o seu ministério. Ela ouviu falar que Jesus seria coroado Rei de Israel. Seu pesar agora se transformou em alegria. Por isso, quis ser a primeira a honrar o seu Senhor. Derramou o perfume sobre a cabeça e os pés de Cristo e chorando, limpava com seus cabelos. Queria não ser observada, mas o perfume encheu toda a casa. Como não ser observada, por ter quebrado um perfume tão valioso?
Eu quero refletir sobre a maneira como esse presente foi oferecido: “...e, quebrando o alabastro, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus.”
- Se ela tivesse derramado apenas umas gotas – eles diriam: - “Oh, vejam quanto amor ela tem pelo Mestre!”
- Se ela tivesse derramado apenas a metade do Nardo e guardado a outra metade, talvez tivessem dito: - “Oh, vejam que dedicação, nunca vimos algo semelhante a isso!”
- Não, Maria quebrou o gargalo do vaso e derramou completamente o bálsamo sobre a cabeça de Jesus. Por isso disseram: - “Que desperdício”!
Não apenas o presente foi caro, mas foi dado sem retorno. Jamais seria re-utilizado o vaso de alabastro e nem o seu perfume. Aqui vemos uma grande analogia. Pessoas inquebráveis jamais poderão ser utilizadas para alegrar a Deus. A menos que você seja quebrantável, a menos que você seja arrebentável, você jamais poderá oferecer o bálsamo do seu amor a Deus.
E Judas, o famoso Judas, foi o primeiro a mostrar o seu desagrado. Afinal, era o tesoureiro dos discípulos e não poderia aceitar que uma mulher desperdiçasse tanto dinheiro assim, derramando perfume em Jesus. Mas, na verdade, o “histórico encoberto” da vida de Judas não era assim tão bom como parecia. As poucas quantias de dinheiro que os discípulos recebiam eram usadas de maneira inconveniente por Judas. (João 12:6) Ele usava parte do valor para o seu próprio beneficio. Se vendessem o perfume por 300 denários, por exemplo, assim como ele sugeriu (v. 5), certamente esse dinheiro nunca seria usado para o beneficio dos pobres.
Outro ponto sobre Judas: ele considerava-se superior aos discípulos por achar que possuía grandes habilidades administrativas. Achava que, por ser o financista do grupo, deveria receber maior reconhecimento por parte dos outros discípulos. Resumindo: um verdadeiro hipócrita; homem duas caras (Tg 1:8). Ajuntou tesouros na terra e perdeu a oportunidade de ajuntá-los no Céu.
O perfume derramado por Maria em Jesus tornou-se um símbolo do embalsamento de Jesus. "Ora, derramando este perfume sobre o Meu corpo", disse Ele, "ela o fez para o Meu sepultamento." Mat. 26:12. Enquanto que José de Arimatéia embalsamou Jesus morto, cuja fragrância impregnou apenas o túmulo, a unção feita por Maria ofereceu a Jesus o amor e gratidão enquanto Ele ainda vivia. Algumas pessoas só oferecem flores às outras pessoas após a sua morte. Nunca demonstraram esse amor enquanto estavam vivas. Com Maria foi diferente. Ele aproveitou o momento enquanto Cristo ainda estava vivo.
Como o vaso de alabastro foi quebrado, e encheu toda a casa com sua fragrância, assim Cristo havia de morrer e Seu corpo ser quebrantado; mas Ele Se ergueria da tumba, e o perfume de Sua vida havia de encher a Terra. "Cristo nos amou, e Se entregou a Si mesmo por nós, em oferta de sacrifício a Deus, em cheiro suave." Efés. 5:2.
Você percebeu o contraste entre o ato de Maria e as intenções de Judas? Enquanto que uma derramou sua sinceridade sobre seu Mestre, Judas expressou a dubiedade que ia em seu coração. Uma ofereceu uma adoração plena a Jesus e o outro, adorou a si mesmo. Podemos fazer uma reflexão e algumas perguntas a nós mesmos: “A quem estou adorando? Que tipo de entrega estou fazendo? De que maneira estou adorando?”
“O olhar que Jesus lhe lançou, no entanto, convenceu a Judas de que o Salvador lhe penetrara a hipocrisia, e lera seu baixo, desprezível caráter. E louvando Maria, tão severamente reprovada, Cristo repreendera a Judas. Antes disso, o Salvador nunca lhe fizera uma censura direta. Agora, a reprimenda irritou-lhe o coração. Decidiu vingar-se. Da ceia, saiu diretamente para o palácio do sumo sacerdote, onde encontrou reunido o conselho, e ofereceu-se para lhes entregar Jesus nas mãos.” DTN 564.
Tirando o problema de Judas naquela noite, a experiência de Maria com Jesus entrou para a história da raça humana. A Bíblia diz que “onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua”. Marcos 14:9. Quando eu penso nesse relato do Banquete em Betânia, penso o seguinte: “Pelo que os seres humanos são lembrados?” Hoje em dia, alguns são lembrados por uma cruel atrocidade, outros pela mais desprezível traição, outros ainda por atos de coragem heróica, por uma resistência incansável, outros por sua arte de pintar, esculpir, escrever, representar, compor, cantar, etc. Maria não. Ela não será lembrada pelos seus talentos. Muito menos pelos seus pecados. Essa simples mulher será lembrada pelo seu amor extravagante por Jesus. Pelo seu maior presente: seu coração por inteiro.
Naquela noite, Maria entrou em cena, não com um instrumento de cordas, ou com adufes e danças, nem com um pedido de socorro, ou uma doença incurável para ser tratada. Afinal, Jesus recebia pessoas assim todos os dias. Doentes, necessitados, carentes de atenção e salvação. Mas sua atitude foi diferente. Silente, resoluta, humildemente se aproximou do Mestre, e numa demonstração de amor sem precedentes, ela quebra o seu vaso de alabastro e deixa derramar sobre a cabeça de Jesus o precioso perfume.
Ela não buscou milagres. Não procurou Jesus para reclamar da injustiça. Ela o buscou para extravasar seu amor. O que produziu isso em seu coração não foi ela mesma. Foi o encontro do Criador com a criatura. É como se o sedento fosse literalmente encharcado por correntes de um rio de água viva; É como se ao faminto, que há dias não come, fosse servido o Pão da vida; É como o viajante, que perdido no meio da escuridão, encontra a Luz do Mundo. Quando o nosso coração já não suporta mais o peso do seu pecado e é aliviado da opressão da sua iniqüidade pelo poder purificador do sangue de Cristo; quando a alma humana sente as torrentes do perdão divino arrebentando as fortalezas da condenação, o resultado é AMOR; adoração plena.
Sobre esse amor, William Barclay disse: “O amor não calcula meticulosamente menos ou mais. Não se preocupa em saber quão pouco pode ser decentemente oferecido. Se deu tudo o que tinha, então deu o mundo inteiro, e ainda seria pouco.”
Quando penso na história de Maria, pergunto: “Que tipo de presente tenho eu para dar a Deus?” O presente que Jesus mais gosta de receber é o que está em Provérbios 23:26: “Dá-me filho meu o teu coração”. Se dou todo o meu coração, então dou o mundo inteiro.
A Bíblia conta a história de uma “Maria” que, dentre tantas, foi uma pessoa especial. Especial porque foi transformada – e transformada porque seus passos se cruzaram com os passos de Jesus. Seu passado? Triste e doloroso. Perspectiva de futuro? Aparentemente nenhuma. Amigos? Restaram apenas seus irmãos: Marta e Lázaro, que eram bem diferentes dela.
Por muitos anos, Maria viveu no submundo dos vícios e dos prazeres. Viveu atormentada por espíritos imundos e acabou se tornando morada para 7 demônios. Ela sentiu na pele o que é ser prisioneira de Satanás e o que é sentir culpa, remorso, dor, sofrimento e discriminação. A palavra “Maria” quer dizer tanto “senhora” como “amargurada”. Ambos significados. Maria viveu os dois “pólos” do seu próprio nome. E para piorar sua situação, Maria vivia em Magdala, uma cidade litorânea que tinha, segundo o Talmude, uma reputação repugnante de prostituição. Imagine alguém chamando o nome “Maria Madalena” na rua: - “Amargurada da cidade das prostitutas, venha aqui!”. Esse era o significado do seu nome e da sua vida. O nome “Magdala” significa torre ou castelo, porém a vida de Maria mais parecia um castelo assombrado.
Apesar disso, a Bíblia não nos dá muitos detalhes sobre a sua infância e juventude. Que bom! E isso acontece porque Deus não se interessa com os momentos obscuros de nosso passado. Ele não explora a debilidade trazida pelo registro de nossa vida. Mas Ele se importa com o nosso presente e com o que podemos ser quando nos entregamos em Suas mãos. Ele se interessa com o nosso “aqui agora”.
E foi isso o que aconteceu com Maria. Ela se encontrou com Jesus, e recebeu uma nova chance. Você quer uma nova chance? Jesus é especialista em dar novas chances. Com Deus não há choro pelo copo derramado. Ele não se importa com aquilo que “nasce torto e nunca se endireita”, porque Ele é Mestre em endireitar as veredas e os corações dos perdidos. Não há ninguém que foi tão longe que não possa ser alcançado pela graça de Deus. E Jesus irradiou sua graça à Maria a ponto de transbordar um amor extravagante.
Talvez Maria tenha sido a única pessoa no tempo de Jesus que fez uma entrega completa a Ele. Ninguém mais fez isso. Nem Pedro, nem João, nem Nicodemos, nem a própria mãe de Jesus. Mas Maria Madalena fez. Ela derramou sua vida em gratidão e adoração a Jesus. Ela é um modelo de entrega completa e plena a Deus. É só você parar para olhar a cruz: depois que todos foram embora, só Maria restou. Foi a primeira a ver e conversar com Cristo após a ressurreição. Por quê? Porque ela experimentou o amor absurdo de Jesus e se apaixonou profundamente pela Salvação.
O texto de João 12 começa descrevendo um banquete em Betânia, ocorrido seis dias antes da Páscoa. Levando em conta que a entrada triunfal de Jesus foi no domingo, provavelmente essa refeição tenha acontecido no sábado à noite, após o pôr-do-sol. Esse evento aconteceu na casa de Simão, o fariseu, que tinha sido curado da lepra por Jesus (Mc 14:3-9). Ela era um dos poucos fariseus que se uniu abertamente a Cristo como um dos seus seguidores. Reconheceu Jesus como Mestre, mas infelizmente, não o reconheceu como Salvador. O que o atraía a Jesus era apenas a gratidão por tê-lo curado. Que pena! Muita gente tem um encontro com Jesus apenas em busca de troca de favores e negócios pessoais!
Para o banquete, Jesus não foi o único convidado. Muitas outras pessoas compareceram, dentre elas Lázaro (que tinha acabado de ser ressuscitado – imagine a cena! Quem será que chamou mais a atenção: quem ressuscitou ou quem fez ressuscitar?), as 2 irmãs de Lázaro: Marta e Maria e alguns discípulos. Nessa época, havia um grande alvoroço por parte de todo povo. As atenções dos judeus se voltavam para Cristo. “Será que Ele vai se proclamar Rei na sexta-feira, na festa da Páscoa?” Desde a ressurreição de Lázaro, esse milagre da ressurreição de um homem morto há 4 dias ganhou simpatia de todo o povo, provocando assim o ódio e desejo de matar Jesus por parte dos fariseus e lideres religiosos.
Enquanto que em Jerusalém o burburinho era total e a massa religiosa conspirava contra Jesus, o Mestre achava-se à mesa, juntamente com Simão de um lado e Lázaro do outro. Marta servia cuidadosamente enquanto que Maria ouvia atentamente cada palavra dita por Jesus. E hora da refeição você sabe como é que é: risos, alegria, história pra cá, história pra lá, barulho de copo batendo em talher, é comida caída na mesa... O papo tava bom, quando de repente, cheiro de comida misturou com cheiro de perfume. Em vez de “degustar” o cheiro maravilhoso dos pratos de Marta, o “gosto” virou “bálsamo de nardo puro”. Tanto que os mais “finos” da mesa devem ter dito: “nossa, quem tá usando esse perfume? Não tem ninguém rico aqui!!” Mas, de repente, perceberam que era Maria, irmã de Marta e Lázaro, quem derramava o perfume caríssimo sob os pés de Jesus e os enxugava com os seus cabelos.
Para quem estava na ceia, aquele perfume não combinava com Maria, muito menos com a sua reputação. Mas para Jesus combinava. Combinava com o seu coração. Maria tinha uma imensa gratidão por Jesus ter perdoado seus muitos pecados. Com muito sacrifício, comprou um vaso de alabastro contendo esse perfume caro para com ele ungir o corpo de Cristo.
O Alabastro era um pote feito de uma pedra somente encontrada nas imediações de uma cidade Egípcia chamada Alabastron. Era semelhante ao mármore, mas era mais maleável e facilmente se modelava os potes de perfumes.O nardo era um bálsamo feito da raiz de uma planta da Índia (Nardostachys jatamansi) que crescia nas montanhas do Himalaya. Os arábios a chamavam de “cravo indiano”. Não era apenas a distância, mas a raridade da planta que tornava o nardo caríssimo e tão procurado.
O alabastro e o nardo oferecido por Maria a Jesus talvez tenha sido o presente mais caro que Jesus recebeu em todo o seu ministério. Ela ouviu falar que Jesus seria coroado Rei de Israel. Seu pesar agora se transformou em alegria. Por isso, quis ser a primeira a honrar o seu Senhor. Derramou o perfume sobre a cabeça e os pés de Cristo e chorando, limpava com seus cabelos. Queria não ser observada, mas o perfume encheu toda a casa. Como não ser observada, por ter quebrado um perfume tão valioso?
Eu quero refletir sobre a maneira como esse presente foi oferecido: “...e, quebrando o alabastro, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus.”
- Se ela tivesse derramado apenas umas gotas – eles diriam: - “Oh, vejam quanto amor ela tem pelo Mestre!”
- Se ela tivesse derramado apenas a metade do Nardo e guardado a outra metade, talvez tivessem dito: - “Oh, vejam que dedicação, nunca vimos algo semelhante a isso!”
- Não, Maria quebrou o gargalo do vaso e derramou completamente o bálsamo sobre a cabeça de Jesus. Por isso disseram: - “Que desperdício”!
Não apenas o presente foi caro, mas foi dado sem retorno. Jamais seria re-utilizado o vaso de alabastro e nem o seu perfume. Aqui vemos uma grande analogia. Pessoas inquebráveis jamais poderão ser utilizadas para alegrar a Deus. A menos que você seja quebrantável, a menos que você seja arrebentável, você jamais poderá oferecer o bálsamo do seu amor a Deus.
E Judas, o famoso Judas, foi o primeiro a mostrar o seu desagrado. Afinal, era o tesoureiro dos discípulos e não poderia aceitar que uma mulher desperdiçasse tanto dinheiro assim, derramando perfume em Jesus. Mas, na verdade, o “histórico encoberto” da vida de Judas não era assim tão bom como parecia. As poucas quantias de dinheiro que os discípulos recebiam eram usadas de maneira inconveniente por Judas. (João 12:6) Ele usava parte do valor para o seu próprio beneficio. Se vendessem o perfume por 300 denários, por exemplo, assim como ele sugeriu (v. 5), certamente esse dinheiro nunca seria usado para o beneficio dos pobres.
Outro ponto sobre Judas: ele considerava-se superior aos discípulos por achar que possuía grandes habilidades administrativas. Achava que, por ser o financista do grupo, deveria receber maior reconhecimento por parte dos outros discípulos. Resumindo: um verdadeiro hipócrita; homem duas caras (Tg 1:8). Ajuntou tesouros na terra e perdeu a oportunidade de ajuntá-los no Céu.
O perfume derramado por Maria em Jesus tornou-se um símbolo do embalsamento de Jesus. "Ora, derramando este perfume sobre o Meu corpo", disse Ele, "ela o fez para o Meu sepultamento." Mat. 26:12. Enquanto que José de Arimatéia embalsamou Jesus morto, cuja fragrância impregnou apenas o túmulo, a unção feita por Maria ofereceu a Jesus o amor e gratidão enquanto Ele ainda vivia. Algumas pessoas só oferecem flores às outras pessoas após a sua morte. Nunca demonstraram esse amor enquanto estavam vivas. Com Maria foi diferente. Ele aproveitou o momento enquanto Cristo ainda estava vivo.
Como o vaso de alabastro foi quebrado, e encheu toda a casa com sua fragrância, assim Cristo havia de morrer e Seu corpo ser quebrantado; mas Ele Se ergueria da tumba, e o perfume de Sua vida havia de encher a Terra. "Cristo nos amou, e Se entregou a Si mesmo por nós, em oferta de sacrifício a Deus, em cheiro suave." Efés. 5:2.
Você percebeu o contraste entre o ato de Maria e as intenções de Judas? Enquanto que uma derramou sua sinceridade sobre seu Mestre, Judas expressou a dubiedade que ia em seu coração. Uma ofereceu uma adoração plena a Jesus e o outro, adorou a si mesmo. Podemos fazer uma reflexão e algumas perguntas a nós mesmos: “A quem estou adorando? Que tipo de entrega estou fazendo? De que maneira estou adorando?”
“O olhar que Jesus lhe lançou, no entanto, convenceu a Judas de que o Salvador lhe penetrara a hipocrisia, e lera seu baixo, desprezível caráter. E louvando Maria, tão severamente reprovada, Cristo repreendera a Judas. Antes disso, o Salvador nunca lhe fizera uma censura direta. Agora, a reprimenda irritou-lhe o coração. Decidiu vingar-se. Da ceia, saiu diretamente para o palácio do sumo sacerdote, onde encontrou reunido o conselho, e ofereceu-se para lhes entregar Jesus nas mãos.” DTN 564.
Tirando o problema de Judas naquela noite, a experiência de Maria com Jesus entrou para a história da raça humana. A Bíblia diz que “onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua”. Marcos 14:9. Quando eu penso nesse relato do Banquete em Betânia, penso o seguinte: “Pelo que os seres humanos são lembrados?” Hoje em dia, alguns são lembrados por uma cruel atrocidade, outros pela mais desprezível traição, outros ainda por atos de coragem heróica, por uma resistência incansável, outros por sua arte de pintar, esculpir, escrever, representar, compor, cantar, etc. Maria não. Ela não será lembrada pelos seus talentos. Muito menos pelos seus pecados. Essa simples mulher será lembrada pelo seu amor extravagante por Jesus. Pelo seu maior presente: seu coração por inteiro.
Naquela noite, Maria entrou em cena, não com um instrumento de cordas, ou com adufes e danças, nem com um pedido de socorro, ou uma doença incurável para ser tratada. Afinal, Jesus recebia pessoas assim todos os dias. Doentes, necessitados, carentes de atenção e salvação. Mas sua atitude foi diferente. Silente, resoluta, humildemente se aproximou do Mestre, e numa demonstração de amor sem precedentes, ela quebra o seu vaso de alabastro e deixa derramar sobre a cabeça de Jesus o precioso perfume.
Ela não buscou milagres. Não procurou Jesus para reclamar da injustiça. Ela o buscou para extravasar seu amor. O que produziu isso em seu coração não foi ela mesma. Foi o encontro do Criador com a criatura. É como se o sedento fosse literalmente encharcado por correntes de um rio de água viva; É como se ao faminto, que há dias não come, fosse servido o Pão da vida; É como o viajante, que perdido no meio da escuridão, encontra a Luz do Mundo. Quando o nosso coração já não suporta mais o peso do seu pecado e é aliviado da opressão da sua iniqüidade pelo poder purificador do sangue de Cristo; quando a alma humana sente as torrentes do perdão divino arrebentando as fortalezas da condenação, o resultado é AMOR; adoração plena.
Sobre esse amor, William Barclay disse: “O amor não calcula meticulosamente menos ou mais. Não se preocupa em saber quão pouco pode ser decentemente oferecido. Se deu tudo o que tinha, então deu o mundo inteiro, e ainda seria pouco.”
Quando penso na história de Maria, pergunto: “Que tipo de presente tenho eu para dar a Deus?” O presente que Jesus mais gosta de receber é o que está em Provérbios 23:26: “Dá-me filho meu o teu coração”. Se dou todo o meu coração, então dou o mundo inteiro.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Semana no IAENE
Na semana passada, tivemos o privilégio de realizar uma semana de oração no IAENE, um internato adventista localizado na Bahia. Foi uma semana inesquecível. Estou com saudades até agora! O povo de lá é muito caloroso e acolhedor. Além do mais, as pessoas se envolvem nos louvores e nos apelos do pregador. Creio que foi o local ideal para a "estréia" do novo orador de A Voz da Profecia, o pr. Ivan Saraiva.
Um momento chamou a minha atenção. Foi o programa "papo cabeça" após o culto de sexta feira. Ali deu pra sentir na pele a emoção contagiante do povo baiano. Aquele programa tinha que ser transmitido pela tv novo tempo! Daria para ter passado a noite inteira ali, cantando, conversando e falando sobre as bênçãos de Deus.
O mais importante, é claro, foram as decisões tomadas ao longo da semana. Até onde eu sei, mais de 100 pessoas tomaram a decisão pelo batismo. Que Deus seja louvado! Esperamos poder voltar este ano ainda ao colégio para ver os resultados desta semana.
Quer uma excelente opção de colégio - ensino médio, faculdade e curso teológico? IAENE!
Um abraço!
sexta-feira, 4 de março de 2011
DVD O dia enfim chegou
Nos dias 2 e 3 de março tivemos a oportunidade de gravar o DVD "O dia enfim chegou" no estúdio Nacena, em SP. Com uma proposta diferente do que já foi feito até hoje no Arautos d Rei (elementos visuais; acompanhamento só de base - totalmente acústico, ao vivo; público reduzido), creio que esse DVD será um marco na história dos Arautos. Além dos elementos musicais, a informalidade também foi um ponto alto na gravação. As mensagens do pr. Fernando também foram inspiradoras e não posso deixar de esquecer que, no primeiro dia de gravação, ficamos tremendamente emocionados com a despedida do pr. Fernado. Enfim... será um DVD que entrará para a história! Oramos muito por esse projeto e continuaremos em oração pela pós-produção. Que seja um poderoso instrumento para atrair pessoas à Jesus. Um abraço.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
2011
2011 começou com tudo! Já estamos gravando a versão em espanhol do CD "O dia enfim chegou". (Essa foto aí não corresponde à gravação, tá! Nós gravamos em microfones separados...) Daqui a pouco, vem a gravação do DVD. E assim vai... Fora isso, temos produção de estudos bíblicos, produção de um novo programa de TV chamado "Recados", evangelismo em Tremembé e muitas outras coisas. Esse ano realmente promete! Um abraço a todos!
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
O diário de uma prostituta
03/01
Gostaria que todos me apreciassem pelo que sou de fato. Mas sinto que a maioria das pessoas só se interessa pela minha beleza. Se ao menos eu tivesse uma amiga, alguém que pudesse confiar os meus segredos...
11/01
Os prostíbulos são os lugares mais solitários do mundo. Ali, nada é humano; cada um age como se estivesse diante de um objeto. Havia algumas mulheres que fingiam que tudo aquilo era bom, mas agiam desta forma para não ficarem loucas. Quando se está afundado no lodo, parece que não existe nada além fora o lodaçal. Nenhuma prostituta sabe sair. É pior que a escravidão; é como estar morta em vida. A maioria se esconde atrás do sorriso e uma maquiagem aberrante. Oh Deus! Como eu desejaria sair disto! Sinto que a vida é um abismo escuro e tétrico. Um despenhadeiro onde os dois extremos são o nascimento e a morte.
07/02
Sinto nojo quando me tocam. Alguns querem se achar os sedutores, atuando como se eu fosse a mulher mais linda do mundo. Desgraçados! A única coisa que lhes interessa é tomar o meu corpo e usar-me. Tocam a minha carne, mas não tocam a minha alma. Nesta hora, escondo-me no fundo de minha mente e corro atrás de sonhos e lembranças. Vêem, me tocam e vão embora. Ninguém pergunta quem eu sou. Hoje é mais um dia em que eu gostaria de estar morta.
22/03
Minha vida é um suicídio lento, tortuoso, fatalmente certeiro que vai me minando por dentro, tirando a minha vontade de viver, de enfrentar a vida. Às vezes, sinto que tenho 100 anos. Olho-me no espelho e vejo minhas carnes enrugadas, pálidas. Sinto que em mim habitam duas pessoas.
08/04
Nem todos os clientes querem ter relações sexuais. Alguns querem apenas um carinho, e pagam para que eu lhes escute. Que terrível! Seria preferível estar morto. Pagar para ser ouvido!
09/04
A maldita noite se aproxima. Com ela, um desejo de crueldade. A escuridão esconde as mais terríveis paixões. Durante o dia, sinto-me muitas vezes livre, mas quando a noite se aproxima, ouço o som da morte e do desprezo. Alguém tomará posse do meu corpo. Minha boca se encherá de veneno e meu corpo se renderá ao ritmo da loucura. Maldita noite! Deveria ser sempre dia...
15/06
Poderá Deus me perdoar algum dia? Sinto que levo em minhas costas uma grande pedra atada que não me abandona. Se ao menos eu pudesse dormir em paz.
17/06
Quando eu era menina, minha mãe me contava histórias. Ela dizia sobre um homem respeitado que viveu por essas terras durante muitos anos e que um Deus diferente o guiava por todos os lugares. Esse Deus não exigia sacrifícios humanos, nem nada disso. Ele se conformava com um cordeiro oferecido num altar de pedras. Nada além disso.
18/06
Lá está novamente o velhinho na praça contando aquelas histórias. Muitas crianças sentam-se ao redor dele para ouvir os contos. Hoje ele falou a respeito de um tal Abraão, que era filho de Deus, do Criador. Cheguei perto para ouvi-lo. Ouvi falar de Moisés, de Enoque e Noé. Achei interessante.
27/08
Hoje senti a brisa fresca da liberdade batendo no meu rosto. Recebi dois hebreus em minha casa. Escondi-os é claro, para que não fossem pegos. Eles foram a resposta aos meus clamores! Foram os primeiros homens que entraram em minha casa sem segundas intenções. Eles me falaram para colocar um pano vermelho em minha janela e prontamente obedeci. Percebi que o Deus deles estava me ajudando. Senti-me saindo do lodo. Depois de anos, o sol brilhou na meia noite da minha vida.
01/12
O Deus dos hebreus salvou a minha vida. Jericó ficou em ruínas, mas eu e a minha casa fomos preservadas. Ofereci a Ele um cordeiro. Devo a Ele minha vida. Acho que isso é fé!
04/04
Pela primeira vez em minha vida senti meu coração pulsar de fato. Conheci um homem e não apenas isso: um príncipe! O nome dele é Salmom. Acho que estou apaixonada. E o melhor, ele também! Estou amando de verdade. Parece um sonho! Nunca um príncipe apaixonou-se por uma ex-prostituta. Adeus ilusões! Como é lindo conhecer o amor. Ele quer se casar comigo. Estou tão insegura, mas feliz!
30/01
Hoje o dia foi intenso. Senti uma dor terrível. Nosso bebê não para de chutar. Após anos do casamento, nunca senti tão fortes emoções! Acho que está quase para nascer. Pelo jeito, deve ser menino. Se for, queremos o nome “Boaz”! Bonito, não? O que acha diário? Significa “Nele está a minha força”.
*Você deve conhecer o resto da história. Boaz, filho de Raabe, casou-se com Rute, que foram os pais de Obede, avô de Davi. Que maravilha, não? A graça de Deus alcançou uma prostituta e arrancou-a do lodo para fazer parte da linhagem real, linhagem do próprio Messias! (Mateus 1) Essa graça ilimitada está disponível para nós hoje.
Gostaria que todos me apreciassem pelo que sou de fato. Mas sinto que a maioria das pessoas só se interessa pela minha beleza. Se ao menos eu tivesse uma amiga, alguém que pudesse confiar os meus segredos...
11/01
Os prostíbulos são os lugares mais solitários do mundo. Ali, nada é humano; cada um age como se estivesse diante de um objeto. Havia algumas mulheres que fingiam que tudo aquilo era bom, mas agiam desta forma para não ficarem loucas. Quando se está afundado no lodo, parece que não existe nada além fora o lodaçal. Nenhuma prostituta sabe sair. É pior que a escravidão; é como estar morta em vida. A maioria se esconde atrás do sorriso e uma maquiagem aberrante. Oh Deus! Como eu desejaria sair disto! Sinto que a vida é um abismo escuro e tétrico. Um despenhadeiro onde os dois extremos são o nascimento e a morte.
07/02
Sinto nojo quando me tocam. Alguns querem se achar os sedutores, atuando como se eu fosse a mulher mais linda do mundo. Desgraçados! A única coisa que lhes interessa é tomar o meu corpo e usar-me. Tocam a minha carne, mas não tocam a minha alma. Nesta hora, escondo-me no fundo de minha mente e corro atrás de sonhos e lembranças. Vêem, me tocam e vão embora. Ninguém pergunta quem eu sou. Hoje é mais um dia em que eu gostaria de estar morta.
22/03
Minha vida é um suicídio lento, tortuoso, fatalmente certeiro que vai me minando por dentro, tirando a minha vontade de viver, de enfrentar a vida. Às vezes, sinto que tenho 100 anos. Olho-me no espelho e vejo minhas carnes enrugadas, pálidas. Sinto que em mim habitam duas pessoas.
08/04
Nem todos os clientes querem ter relações sexuais. Alguns querem apenas um carinho, e pagam para que eu lhes escute. Que terrível! Seria preferível estar morto. Pagar para ser ouvido!
09/04
A maldita noite se aproxima. Com ela, um desejo de crueldade. A escuridão esconde as mais terríveis paixões. Durante o dia, sinto-me muitas vezes livre, mas quando a noite se aproxima, ouço o som da morte e do desprezo. Alguém tomará posse do meu corpo. Minha boca se encherá de veneno e meu corpo se renderá ao ritmo da loucura. Maldita noite! Deveria ser sempre dia...
15/06
Poderá Deus me perdoar algum dia? Sinto que levo em minhas costas uma grande pedra atada que não me abandona. Se ao menos eu pudesse dormir em paz.
17/06
Quando eu era menina, minha mãe me contava histórias. Ela dizia sobre um homem respeitado que viveu por essas terras durante muitos anos e que um Deus diferente o guiava por todos os lugares. Esse Deus não exigia sacrifícios humanos, nem nada disso. Ele se conformava com um cordeiro oferecido num altar de pedras. Nada além disso.
18/06
Lá está novamente o velhinho na praça contando aquelas histórias. Muitas crianças sentam-se ao redor dele para ouvir os contos. Hoje ele falou a respeito de um tal Abraão, que era filho de Deus, do Criador. Cheguei perto para ouvi-lo. Ouvi falar de Moisés, de Enoque e Noé. Achei interessante.
27/08
Hoje senti a brisa fresca da liberdade batendo no meu rosto. Recebi dois hebreus em minha casa. Escondi-os é claro, para que não fossem pegos. Eles foram a resposta aos meus clamores! Foram os primeiros homens que entraram em minha casa sem segundas intenções. Eles me falaram para colocar um pano vermelho em minha janela e prontamente obedeci. Percebi que o Deus deles estava me ajudando. Senti-me saindo do lodo. Depois de anos, o sol brilhou na meia noite da minha vida.
01/12
O Deus dos hebreus salvou a minha vida. Jericó ficou em ruínas, mas eu e a minha casa fomos preservadas. Ofereci a Ele um cordeiro. Devo a Ele minha vida. Acho que isso é fé!
04/04
Pela primeira vez em minha vida senti meu coração pulsar de fato. Conheci um homem e não apenas isso: um príncipe! O nome dele é Salmom. Acho que estou apaixonada. E o melhor, ele também! Estou amando de verdade. Parece um sonho! Nunca um príncipe apaixonou-se por uma ex-prostituta. Adeus ilusões! Como é lindo conhecer o amor. Ele quer se casar comigo. Estou tão insegura, mas feliz!
30/01
Hoje o dia foi intenso. Senti uma dor terrível. Nosso bebê não para de chutar. Após anos do casamento, nunca senti tão fortes emoções! Acho que está quase para nascer. Pelo jeito, deve ser menino. Se for, queremos o nome “Boaz”! Bonito, não? O que acha diário? Significa “Nele está a minha força”.
*Você deve conhecer o resto da história. Boaz, filho de Raabe, casou-se com Rute, que foram os pais de Obede, avô de Davi. Que maravilha, não? A graça de Deus alcançou uma prostituta e arrancou-a do lodo para fazer parte da linhagem real, linhagem do próprio Messias! (Mateus 1) Essa graça ilimitada está disponível para nós hoje.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Amigos da Voz
Adriana da Silva Paula –
Eu agradeço a Deus pela existência do quarteto Arautos do Rei. Aprendi a amar este grupo que tem se colocado como instrumento de louvor para abençoar vidas. Ah..quantas vezes estou triste, sendo tentada a desistir, achando que a fidelidade não vale a pena, mas ao ouvir e assistir os videos do arautos (youtube) sinto cura instantanea. A presença de Deus é tão forte! louvado seja o nome do Senhor pela vida de vc's amigos e irmãos. Talvez eu nunca venha conhecê-los pessoalmente, mas agradeço especial aos Pastores Tarsis e Milton Andrade, pela ternura expressa enquanto louvam. Toda honra e toda gloria seja tributada ao Senhor.
Sou membro da Comunidade Evangélica da Zona Sul (RJ), mas fui criada na Assembleia de Deus do Lins de Vasconcelos. E como boa "assembleiana" aprendi a apreciar a boa musica. Amo vc's! tenho ha anos acompanhado o vosso trabalho e oro para que o Pai continue vos inspirando e concedendo discernimento para tenham,porém,este tesouro em vasos de barro,para que a excelencia do poder seja de Deus, e não de vós.
Deus vos abençoe!
Adriana Paula
Eu agradeço a Deus pela existência do quarteto Arautos do Rei. Aprendi a amar este grupo que tem se colocado como instrumento de louvor para abençoar vidas. Ah..quantas vezes estou triste, sendo tentada a desistir, achando que a fidelidade não vale a pena, mas ao ouvir e assistir os videos do arautos (youtube) sinto cura instantanea. A presença de Deus é tão forte! louvado seja o nome do Senhor pela vida de vc's amigos e irmãos. Talvez eu nunca venha conhecê-los pessoalmente, mas agradeço especial aos Pastores Tarsis e Milton Andrade, pela ternura expressa enquanto louvam. Toda honra e toda gloria seja tributada ao Senhor.
Sou membro da Comunidade Evangélica da Zona Sul (RJ), mas fui criada na Assembleia de Deus do Lins de Vasconcelos. E como boa "assembleiana" aprendi a apreciar a boa musica. Amo vc's! tenho ha anos acompanhado o vosso trabalho e oro para que o Pai continue vos inspirando e concedendo discernimento para tenham,porém,este tesouro em vasos de barro,para que a excelencia do poder seja de Deus, e não de vós.
Deus vos abençoe!
Adriana Paula
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Bíblia Fácil
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Testemunho
Acabei de conversar por telefone com o Euciborge, capixaba, 81 anos, residente no Rio de Janeiro há mais de 50 anos. Fiquei impressionado ao saber que ele já leu 40 vezes a Bíblia e que sabe muitos textos bíblicos de cor. Uma verdadeira inspiração.
Mas sua vida não foi sempre assim. O Euciborge fumava bastante. Ele vivia longe de Jesus. Até que foi convidado por sua esposa adventista para assistir a uma pregação num estádio de futebol no Rio de Janeiro, mais precisamente, na Ilha do Governador. Quem estava pregando? Pastor Roberto Rabello. Euciborge ficou comovido com a mensagem poderosa do pregador. Dias depois, um obreiro bíblico foi à sua casa (até então, não havia igreja adventista na Ilha do Governador – RJ) e ofereceu o curso “Como deixar de fumar” e, juntamente com a sua esposa, estudaram a Bíblia com ele. Além dos cursos oferecidos, Euciborge era um assíduo ouvinte do programa “A Voz da Profecia”, narrado pelos pastores Rabello e Roberto Conrad.
Após os meses de estudo, ele tomou a decisão pelo batismo. “Foi minha esposa quem me ganhou para Cristo”, contou Euciborge feliz da vida. “E é claro, A Voz da Profecia”.
Fiquei muito feliz em ouvir essa história e por saber que Deus tem usado meios de comunicação para ganhar almas para o reino de Deus. Creio que poderíamos usar com mais poder esses meios: rádio (e TV), curso como deixar de fumar, pregação pública (para as “massas”) e evangelismo pessoal. Esse é o “quarteto fantástico” de Deus!
Lembro-me agora de uma estatística apresentada na biografia do pr. Rabello: “Uma voz dedicada a Deus”. Lá dizia que, em 1993, quando a VP completou 50 anos de existência (1943-1993), cerca de 30% dos adventistas brasileiros foram batizados direta ou indiretamente como fruto da Voz da Profecia. Uau! Que informação preciosa! Deus usou a dupla dinâmica orador&quarteto (música e mensagem) para salvar almas. E se deu certo no passado, ainda dá certo hoje. Talvez falta-nos a consagração e o zelo dos pioneiros. Ou quem sabe, o principal: clamar pelo batismo diário do Espírito Santo. É Ele quem concede o poder da mensagem. Precisamos buscá-Lo mais!
Mas sua vida não foi sempre assim. O Euciborge fumava bastante. Ele vivia longe de Jesus. Até que foi convidado por sua esposa adventista para assistir a uma pregação num estádio de futebol no Rio de Janeiro, mais precisamente, na Ilha do Governador. Quem estava pregando? Pastor Roberto Rabello. Euciborge ficou comovido com a mensagem poderosa do pregador. Dias depois, um obreiro bíblico foi à sua casa (até então, não havia igreja adventista na Ilha do Governador – RJ) e ofereceu o curso “Como deixar de fumar” e, juntamente com a sua esposa, estudaram a Bíblia com ele. Além dos cursos oferecidos, Euciborge era um assíduo ouvinte do programa “A Voz da Profecia”, narrado pelos pastores Rabello e Roberto Conrad.
Após os meses de estudo, ele tomou a decisão pelo batismo. “Foi minha esposa quem me ganhou para Cristo”, contou Euciborge feliz da vida. “E é claro, A Voz da Profecia”.
Fiquei muito feliz em ouvir essa história e por saber que Deus tem usado meios de comunicação para ganhar almas para o reino de Deus. Creio que poderíamos usar com mais poder esses meios: rádio (e TV), curso como deixar de fumar, pregação pública (para as “massas”) e evangelismo pessoal. Esse é o “quarteto fantástico” de Deus!
Lembro-me agora de uma estatística apresentada na biografia do pr. Rabello: “Uma voz dedicada a Deus”. Lá dizia que, em 1993, quando a VP completou 50 anos de existência (1943-1993), cerca de 30% dos adventistas brasileiros foram batizados direta ou indiretamente como fruto da Voz da Profecia. Uau! Que informação preciosa! Deus usou a dupla dinâmica orador&quarteto (música e mensagem) para salvar almas. E se deu certo no passado, ainda dá certo hoje. Talvez falta-nos a consagração e o zelo dos pioneiros. Ou quem sabe, o principal: clamar pelo batismo diário do Espírito Santo. É Ele quem concede o poder da mensagem. Precisamos buscá-Lo mais!
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Sem lei não tem graça
O dia da luta finalmente chegou. Todos estavam ansiosos para a grande final da categoria “pesos pesados” da Liga Mundial. O auditório lotado aguardava a entrada dos grandes finalistas. De repente, a plateia ovaciona o primeiro lutador que adentrava velozmente naquele recinto. Vestido com trajes azuis, “Lei” era conduzido pelo seu treinador para o ringue de luta, ao som da música “Quem cair, tem que morrer! Quem cair, tem que morrer”. “Lei” era um lutador experiente e permanecia invicto no campeonato. Será que ele vencerá essa luta?
Subitamente, outra porta do auditório se abre e o segundo lutador adentra pela passarela central. A torcida parece que vai à loucura. Faixas são erguidas e os flashes parecem cegar a multidão eufórica. Com um traje vermelho, “Graça” acena tranquilamente para os fãs ao subir no ringue. Seu rosto estava tranquilo, confiante na vitória. Ele também é um lutador experiente, que venceu todas as provas do campeonato. E aí, será que ele é o favorito?
O juiz finalmente chama os dois para o centro do ringue. As normas são ali lembradas e o valor do prêmio também. Ambos estão eufóricos e confiantes. De repente, o gongo anuncia o início do primeiro round. Lei e graça rapidamente avançam um sobre o outro. Mas para o espanto da plateia, acontece algo inesperado: ambos se abraçam. Eles não sabem se choram ou dão risadas. “O que aconteceu?” diz o juiz sem entender. Os repórteres entram no ringue e procuram respostas para aquela cena inusitada. Então, para a surpresa de todos, Lei diz: “Não haverá luta aqui. Ninguém irá anular ninguém.” E Graça, com lágrimas nos olhos, diz: “Nós somos filhos do mesmo pai, chamado Amor. Eu também não posso vencer o meu irmão. Somos diferentes, mas temos o mesmo ideal. E nós decidimos ficar com o prêmio”.
Algumas pessoas, às vezes bem intencionadas, acreditam que lei e graça são aspectos da religião cristã que não se harmonizam. Elas dizem: “Cristo aboliu a lei na cruz do Calvário” ou “O Antigo Testamento corresponde ao período da lei e o Novo Testamento é a dispensação da graça”. Já ouviu essa conversa? Essas pessoas colocam a lei e a graça no ringue de luta e, antes de soar o gongo, dão à graça vitória por nocaute.
O texto chave para esse estudo é Efésios 2:8 a 10: "Porque pela graça sois salvos mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feituras dEle, criados em Cristo Jesus, para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas".
Algumas coisas precisam ficar claras em nossa mente.
1º) A lei não nos salva. A graça sim.
Simples, não? A lei não serve para salvar. Guardar os dez mandamentos não fará uma pessoa herdar o reino de Deus. A salvação é obtida única e exclusivamente pela graça de Jesus que é oferecida a nós. O texto diz: “Pela graça sois salvos, mediante a fé, e isso não vem de vós, é um dom de Deus.” A graça é um dom de Deus. E um dom é um presente que você recebe, sem merecer, e não precisa pagar por ele. Como disse Strong "A graça é favor imerecido concedido aos pecadores." (A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 779). O sacrifício substitutivo de Jesus na cruz do Calvário e a aceitação deste dom em minha vida é o que me comunica a vida eterna.
“Durante uma conferência britânica a respeito de religiões comparadas, técnicos de todo o mundo debatiam qual a crença única da fé cristã, se é que existia essa crença. Eles começaram eliminando as possibilidades. Encarnação? Ressurreição? O debate prosseguiu durante algum tempo até que C. S. Lewis entrou no recinto. "A respeito do que é a confusão?”- ele perguntou, e ouviu a resposta dos seus colegas. Lewis respondeu: "Oh, isso é fácil. É a graça".
Depois de alguma discussão, os conferencistas tiveram de concordar. A noção do amor de Deus vindo a nós livre de retribuição, sem cordas amarradas, parece ir contra cada instinto da humanidade. O caminho de oito passos do budismo, a doutrina hindu do karma, a aliança judaica, o código da lei muçulmana — cada um deles oferece um caminho para alcançar a aprovação. Apenas o cristianismo se atreve a dizer que o amor de Deus é incondicional.” (Phillip Yancey, Maravilhosa Graça, pág. 18.)
Alguém escreveu:
“Se a nossa maior necessidade fosse informação, Deus nos teria enviado um educador.
Se a nossa maior necessidade fosse tecnologia, Deus nos teria enviado um cientista.
Se a nossa maior necessidade fosse dinheiro, Deus nos teria enviado um economista.
Se a nossa maior necessidade fosse prazer, Deus nos teria enviado um artista.
Se a nossa maior necessidade fosse conduta, Deus nos teria enviado um legislador.
Mas a nossa maior necessidade é o perdão, então, Deus nos enviou um Salvador!”
Apenas Cristo pode nos salvar. Seu sacrifício foi todo-suficiente para pagar a nossa dívida de pecado. (Rom. 6:23)
Mas e a lei? Se não serve para salvar, qual é o objetivo dela? Aceitar a graça de Cristo já não me garante a salvação?
O teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer popularizou nos meios teológicos a expressão “graça barata” por meio de seu livro Discipulado, escrito em 1937. Logo nas primeiras páginas, ele faz um alerta contra a graça barata dizendo:
A graça barata é inimiga mortal de nossa Igreja... Graça barata significa justificação do pecado, e não do pecador. (…) A graça barata é a graça que nós dispensamos a nós próprios. A graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina de uma congregação, é a Ceia do Senhor sem confissão dos pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado.
Percebeu que texto esclarecedor? A graça de Cristo não faz com que tenhamos a mesma vida de pecado que tínhamos antes, mas promove uma mudança de pensamentos e atitudes, e isso deve ocorrer em nós de dentro para fora. Paulo escreveu: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. II Cor. 5:17.
O texto de Efésios 2:8-10 diz claramente que fomos criados em Jesus “para as boas obras”, ou seja, a partir do momento em que eu recebo a graça salvadora de Jesus, eu desenvolvo boas obras não para adquirir salvação, mas porque já fui salvo por Jesus. Elas são, portanto, um resultado da salvação que ocorreu e está ocorrendo em minha vida.
Lembra-se do texto sobre a Videira Verdadeira? Jesus disse: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” João 15:5. Produzir fruto na vida cristã é resultado da permanência em Cristo – a Videira Verdadeira. A partir disso, receberemos vida da seiva e produziremos naturalmente os frutos que Cristo deseja.
A lei de Deus atua nesse processo como um espelho, mostrando a sujeira do pecado em minha vida e não apenas isso: mostra o caminho que devo seguir, apontando a necessidade de um Salvador.
2º) Harmonizando lei & graça
Já ouviu aquela ideia de que a lei vigorou apenas no Antigo Testamento e a graça no Novo Testamento? Essa ideia é equivocada. Ambas sempre andaram de mãos dadas, cada uma cumprindo a sua função.
A Bíblia diz que o "Cordeiro foi morto deste a fundação do mundo" (Apocalipse 13:8), e que "a graça nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos" (II Timóteo 1:9). Portanto, os pecadores do Antigo Testamento também se salvaram pela graça. Eles deveriam manter a fé no Cordeiro de Deus que viria. Como afirmar que a graça veio depois da cruz?
Noé achou graça diante de Deus (Gênesis 6:8); Abraão foi salvo pela graça. (Gálatas 3:8; Romanos 4:3); Davi não se salvou pelos próprios méritos, mas pela fé em Cristo. (Romanos 4:6). Então, a graça é o meio universal e eterno de Deus salvar os pecadores.
E a lei, não foi cravada na cruz? Não estamos agora, “debaixo da graça”?
Romanos 3:31 diz: “Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.”
Jesus veio nos libertar da condenação que a lei nos impunha. Isso significa que não estamos mais “debaixo da lei”. Se a lei tivesse sido abolida, não haveria transgressão (I João 3:4) e, necessariamente, não haveria condenação. E não havendo condenação, não há necessidade de graça. Sem lei não há graça. Uma pressupõe a outra. A graça, além de nos salvar da condenação da lei, habilita-nos a viver em harmonia com os preceitos celestiais, com o padrão divino. Não há contradição, mas uma interdependência entre lei e graça. Elas se harmonizam e completam-se em suas funções.
Como escreveu um autor evangélico: "A graça não importa em liberdade para pecar, mas numa mudança de senhores, e numa nova obediência e serviço. A graça não anula a santa Lei de Deus, mas unicamente a falsa relação do homem para com ela." (Vincent, Word Studies, vol. 3, pág. 11.)
3º) A essência da graça
Pergunte às pessoas o que elas devem fazer para ir para o céu e a maioria vai responder: "Ser bom". As histórias de Jesus contradizem essa resposta. Tudo que devemos fazer é clamar: "Socorro!". Deus está esperando de braços para receber Seus filhos. Lembra-se da história do filho pródigo? O pai aguardava ansiosamente a volta do filho arrependido. Essa é a manifestação da graça de Deus em nossa vida.
Jesus desceu a essa Terra e personificou a graça de Deus. Ele viveu de acordo com as exigências da lei e tomou sobre si a punição do pecado. “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele”. Na cruz, a justiça e a paz se beijaram. Ali foi demonstrado não apenas a justiça de Deus, mas que Deus é justo. Existe amor maior do que este?
Imagine a seguinte situação: Num belo dia, você toma o seu filho e vai para um horto florestal. Ali, passa lindos momentos com aquele menino que você ama imensamente. De repente, em meio ao passeio, você olha para trás e não enxerga mais o garoto. Começa a chamar pelo nome, mas nenhuma resposta aparece. Desesperado, começa a perguntar para outras pessoas, chama os bombeiros, a polícia, mas novamente sem nenhum resultado. O desespero é total. Os dias se passam e nada do menino aparecer. Até que num dia fatídico, o policial o chama para ir à delegacia e diz: “O seu menino foi encontrado morto, com sinais de abuso e violência. Nós já achamos o sujeito que fez essa barbaridade. Ele está preso e se encontra aqui nesse prédio. Eu quero dar a liberdade para você ir bem ali, atrás daquela porta, e você pode fazer o que quiser com ele. Ninguém ficará sabendo”.
E aí, o que você faria se estivesse numa situação dessas? Você teria, pelo menos, três opções:
Você poderia entrar por aquela porta e, por causa da dor que sente em seu coração, tirar a vida daquele homem. Ele matou seu filho, é justo que a vida dele seja tirada. “Olho por olho, dente por dente”, diz um dos mais antigos códigos de conduta da Humanidade. Isso se chamaria justiça.
A segunda opção seria você entrar naquela sala, olhar nos olhos daquele homem, e dizer: “Eu não sei porque você fez isso, você me causou muita dor, mas eu não tenho raiva de você. Eu quero que você saia daqui e que recomece uma nova vida. Aproveite essa oportunidade que estou lhe dando e tome decisões diferentes pra sua vida”. Isso seria perdão.
Finalmente, você teria uma última opção, eu imagino. Você caminha em direção a porta, abre-a com todo o cuidado e enxerga o sujeito amarrado atrás da mesa. A cena é aterradora. Você se assenta e diz: “Eu não sei quem você é. Muito menos onde mora. Apenas sei que fez algo terrível com o meu filho. Mas eu quero perdoar você. Quero que você saia dessa prisão e venha morar em minha casa. Quero que você durma no quarto do meu filho e coma junto à minha mesa. Quero chamá-lo de filho e quero que você me chame de pai”.
E aí, o que você acha dessa terceira opção? Loucura? Insanidade? Bem, esse absurdo chama-se graça. Um favor imerecido. Uma dívida impagável perdoada. Deus é capaz de perdoar um assassino e colocar em sua cabeça uma coroa. Ele perdoa uma prostituta e diz: “Vai e não peques mais”. Ele chama os ladrões de filhos e os mentirosos de candidatos ao reino de Deus.
Nós matamos o Filho de Deus, e, mesmo assim, Ele nos aceita, perdoa e convida para morar com Ele nos Céus. A Bíblia nos diz em João 1:11 e 12 que Jesus “veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”. Esse é o absurdo do amor de Deus, ciência que estudaremos por toda eternidade.
Aceitar a graça de Deus em nossa vida é a maior honra que podemos ter nessa vida. Essa honra será completa se vivermos de acordo com a graça que recebemos de Deus. Para isso, Deus nos deixou os dez mandamentos, expressão da vontade de Deus para nós.
Subitamente, outra porta do auditório se abre e o segundo lutador adentra pela passarela central. A torcida parece que vai à loucura. Faixas são erguidas e os flashes parecem cegar a multidão eufórica. Com um traje vermelho, “Graça” acena tranquilamente para os fãs ao subir no ringue. Seu rosto estava tranquilo, confiante na vitória. Ele também é um lutador experiente, que venceu todas as provas do campeonato. E aí, será que ele é o favorito?
O juiz finalmente chama os dois para o centro do ringue. As normas são ali lembradas e o valor do prêmio também. Ambos estão eufóricos e confiantes. De repente, o gongo anuncia o início do primeiro round. Lei e graça rapidamente avançam um sobre o outro. Mas para o espanto da plateia, acontece algo inesperado: ambos se abraçam. Eles não sabem se choram ou dão risadas. “O que aconteceu?” diz o juiz sem entender. Os repórteres entram no ringue e procuram respostas para aquela cena inusitada. Então, para a surpresa de todos, Lei diz: “Não haverá luta aqui. Ninguém irá anular ninguém.” E Graça, com lágrimas nos olhos, diz: “Nós somos filhos do mesmo pai, chamado Amor. Eu também não posso vencer o meu irmão. Somos diferentes, mas temos o mesmo ideal. E nós decidimos ficar com o prêmio”.
Algumas pessoas, às vezes bem intencionadas, acreditam que lei e graça são aspectos da religião cristã que não se harmonizam. Elas dizem: “Cristo aboliu a lei na cruz do Calvário” ou “O Antigo Testamento corresponde ao período da lei e o Novo Testamento é a dispensação da graça”. Já ouviu essa conversa? Essas pessoas colocam a lei e a graça no ringue de luta e, antes de soar o gongo, dão à graça vitória por nocaute.
O texto chave para esse estudo é Efésios 2:8 a 10: "Porque pela graça sois salvos mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feituras dEle, criados em Cristo Jesus, para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas".
Algumas coisas precisam ficar claras em nossa mente.
1º) A lei não nos salva. A graça sim.
Simples, não? A lei não serve para salvar. Guardar os dez mandamentos não fará uma pessoa herdar o reino de Deus. A salvação é obtida única e exclusivamente pela graça de Jesus que é oferecida a nós. O texto diz: “Pela graça sois salvos, mediante a fé, e isso não vem de vós, é um dom de Deus.” A graça é um dom de Deus. E um dom é um presente que você recebe, sem merecer, e não precisa pagar por ele. Como disse Strong "A graça é favor imerecido concedido aos pecadores." (A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 779). O sacrifício substitutivo de Jesus na cruz do Calvário e a aceitação deste dom em minha vida é o que me comunica a vida eterna.
“Durante uma conferência britânica a respeito de religiões comparadas, técnicos de todo o mundo debatiam qual a crença única da fé cristã, se é que existia essa crença. Eles começaram eliminando as possibilidades. Encarnação? Ressurreição? O debate prosseguiu durante algum tempo até que C. S. Lewis entrou no recinto. "A respeito do que é a confusão?”- ele perguntou, e ouviu a resposta dos seus colegas. Lewis respondeu: "Oh, isso é fácil. É a graça".
Depois de alguma discussão, os conferencistas tiveram de concordar. A noção do amor de Deus vindo a nós livre de retribuição, sem cordas amarradas, parece ir contra cada instinto da humanidade. O caminho de oito passos do budismo, a doutrina hindu do karma, a aliança judaica, o código da lei muçulmana — cada um deles oferece um caminho para alcançar a aprovação. Apenas o cristianismo se atreve a dizer que o amor de Deus é incondicional.” (Phillip Yancey, Maravilhosa Graça, pág. 18.)
Alguém escreveu:
“Se a nossa maior necessidade fosse informação, Deus nos teria enviado um educador.
Se a nossa maior necessidade fosse tecnologia, Deus nos teria enviado um cientista.
Se a nossa maior necessidade fosse dinheiro, Deus nos teria enviado um economista.
Se a nossa maior necessidade fosse prazer, Deus nos teria enviado um artista.
Se a nossa maior necessidade fosse conduta, Deus nos teria enviado um legislador.
Mas a nossa maior necessidade é o perdão, então, Deus nos enviou um Salvador!”
Apenas Cristo pode nos salvar. Seu sacrifício foi todo-suficiente para pagar a nossa dívida de pecado. (Rom. 6:23)
Mas e a lei? Se não serve para salvar, qual é o objetivo dela? Aceitar a graça de Cristo já não me garante a salvação?
O teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer popularizou nos meios teológicos a expressão “graça barata” por meio de seu livro Discipulado, escrito em 1937. Logo nas primeiras páginas, ele faz um alerta contra a graça barata dizendo:
A graça barata é inimiga mortal de nossa Igreja... Graça barata significa justificação do pecado, e não do pecador. (…) A graça barata é a graça que nós dispensamos a nós próprios. A graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina de uma congregação, é a Ceia do Senhor sem confissão dos pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado.
Percebeu que texto esclarecedor? A graça de Cristo não faz com que tenhamos a mesma vida de pecado que tínhamos antes, mas promove uma mudança de pensamentos e atitudes, e isso deve ocorrer em nós de dentro para fora. Paulo escreveu: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. II Cor. 5:17.
O texto de Efésios 2:8-10 diz claramente que fomos criados em Jesus “para as boas obras”, ou seja, a partir do momento em que eu recebo a graça salvadora de Jesus, eu desenvolvo boas obras não para adquirir salvação, mas porque já fui salvo por Jesus. Elas são, portanto, um resultado da salvação que ocorreu e está ocorrendo em minha vida.
Lembra-se do texto sobre a Videira Verdadeira? Jesus disse: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” João 15:5. Produzir fruto na vida cristã é resultado da permanência em Cristo – a Videira Verdadeira. A partir disso, receberemos vida da seiva e produziremos naturalmente os frutos que Cristo deseja.
A lei de Deus atua nesse processo como um espelho, mostrando a sujeira do pecado em minha vida e não apenas isso: mostra o caminho que devo seguir, apontando a necessidade de um Salvador.
2º) Harmonizando lei & graça
Já ouviu aquela ideia de que a lei vigorou apenas no Antigo Testamento e a graça no Novo Testamento? Essa ideia é equivocada. Ambas sempre andaram de mãos dadas, cada uma cumprindo a sua função.
A Bíblia diz que o "Cordeiro foi morto deste a fundação do mundo" (Apocalipse 13:8), e que "a graça nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos" (II Timóteo 1:9). Portanto, os pecadores do Antigo Testamento também se salvaram pela graça. Eles deveriam manter a fé no Cordeiro de Deus que viria. Como afirmar que a graça veio depois da cruz?
Noé achou graça diante de Deus (Gênesis 6:8); Abraão foi salvo pela graça. (Gálatas 3:8; Romanos 4:3); Davi não se salvou pelos próprios méritos, mas pela fé em Cristo. (Romanos 4:6). Então, a graça é o meio universal e eterno de Deus salvar os pecadores.
E a lei, não foi cravada na cruz? Não estamos agora, “debaixo da graça”?
Romanos 3:31 diz: “Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.”
Jesus veio nos libertar da condenação que a lei nos impunha. Isso significa que não estamos mais “debaixo da lei”. Se a lei tivesse sido abolida, não haveria transgressão (I João 3:4) e, necessariamente, não haveria condenação. E não havendo condenação, não há necessidade de graça. Sem lei não há graça. Uma pressupõe a outra. A graça, além de nos salvar da condenação da lei, habilita-nos a viver em harmonia com os preceitos celestiais, com o padrão divino. Não há contradição, mas uma interdependência entre lei e graça. Elas se harmonizam e completam-se em suas funções.
Como escreveu um autor evangélico: "A graça não importa em liberdade para pecar, mas numa mudança de senhores, e numa nova obediência e serviço. A graça não anula a santa Lei de Deus, mas unicamente a falsa relação do homem para com ela." (Vincent, Word Studies, vol. 3, pág. 11.)
3º) A essência da graça
Pergunte às pessoas o que elas devem fazer para ir para o céu e a maioria vai responder: "Ser bom". As histórias de Jesus contradizem essa resposta. Tudo que devemos fazer é clamar: "Socorro!". Deus está esperando de braços para receber Seus filhos. Lembra-se da história do filho pródigo? O pai aguardava ansiosamente a volta do filho arrependido. Essa é a manifestação da graça de Deus em nossa vida.
Jesus desceu a essa Terra e personificou a graça de Deus. Ele viveu de acordo com as exigências da lei e tomou sobre si a punição do pecado. “O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele”. Na cruz, a justiça e a paz se beijaram. Ali foi demonstrado não apenas a justiça de Deus, mas que Deus é justo. Existe amor maior do que este?
Imagine a seguinte situação: Num belo dia, você toma o seu filho e vai para um horto florestal. Ali, passa lindos momentos com aquele menino que você ama imensamente. De repente, em meio ao passeio, você olha para trás e não enxerga mais o garoto. Começa a chamar pelo nome, mas nenhuma resposta aparece. Desesperado, começa a perguntar para outras pessoas, chama os bombeiros, a polícia, mas novamente sem nenhum resultado. O desespero é total. Os dias se passam e nada do menino aparecer. Até que num dia fatídico, o policial o chama para ir à delegacia e diz: “O seu menino foi encontrado morto, com sinais de abuso e violência. Nós já achamos o sujeito que fez essa barbaridade. Ele está preso e se encontra aqui nesse prédio. Eu quero dar a liberdade para você ir bem ali, atrás daquela porta, e você pode fazer o que quiser com ele. Ninguém ficará sabendo”.
E aí, o que você faria se estivesse numa situação dessas? Você teria, pelo menos, três opções:
Você poderia entrar por aquela porta e, por causa da dor que sente em seu coração, tirar a vida daquele homem. Ele matou seu filho, é justo que a vida dele seja tirada. “Olho por olho, dente por dente”, diz um dos mais antigos códigos de conduta da Humanidade. Isso se chamaria justiça.
A segunda opção seria você entrar naquela sala, olhar nos olhos daquele homem, e dizer: “Eu não sei porque você fez isso, você me causou muita dor, mas eu não tenho raiva de você. Eu quero que você saia daqui e que recomece uma nova vida. Aproveite essa oportunidade que estou lhe dando e tome decisões diferentes pra sua vida”. Isso seria perdão.
Finalmente, você teria uma última opção, eu imagino. Você caminha em direção a porta, abre-a com todo o cuidado e enxerga o sujeito amarrado atrás da mesa. A cena é aterradora. Você se assenta e diz: “Eu não sei quem você é. Muito menos onde mora. Apenas sei que fez algo terrível com o meu filho. Mas eu quero perdoar você. Quero que você saia dessa prisão e venha morar em minha casa. Quero que você durma no quarto do meu filho e coma junto à minha mesa. Quero chamá-lo de filho e quero que você me chame de pai”.
E aí, o que você acha dessa terceira opção? Loucura? Insanidade? Bem, esse absurdo chama-se graça. Um favor imerecido. Uma dívida impagável perdoada. Deus é capaz de perdoar um assassino e colocar em sua cabeça uma coroa. Ele perdoa uma prostituta e diz: “Vai e não peques mais”. Ele chama os ladrões de filhos e os mentirosos de candidatos ao reino de Deus.
Nós matamos o Filho de Deus, e, mesmo assim, Ele nos aceita, perdoa e convida para morar com Ele nos Céus. A Bíblia nos diz em João 1:11 e 12 que Jesus “veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”. Esse é o absurdo do amor de Deus, ciência que estudaremos por toda eternidade.
Aceitar a graça de Deus em nossa vida é a maior honra que podemos ter nessa vida. Essa honra será completa se vivermos de acordo com a graça que recebemos de Deus. Para isso, Deus nos deixou os dez mandamentos, expressão da vontade de Deus para nós.
*Sermão produzido para a série "Código de Honra", sobre os 10 mandamentos
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Testemunho
Mais um dia de trabalho está terminando. Daqui a pouco irei para minha casa. Mas quero contar pra você um pouco do que aconteceu comigo.
Hoje foi um dia atípico. Tão atípico quanto eu usar essa palavra nesse momento. Acordei meio pra baixo, sabe... Vim para a NT pela manhã e assisti ao culto. (A mensagem foi para mim e creio que me ajudou muito!) Fiz alguns atendimentos, dentre os quais um longo e-mail se perdeu e não recuperei mais... Como é ruim perder um texto...!
(Se você não sabe, eu trabalho na Escola Bíblica aqui na Novo Tempo, além de produzir 2 programas de TV. Na escola bíblica, eu respondo algumas perguntas teológicas, faço aconselhamentos... ou seja, estou sempre em contato com as pessoas que assistem a TV NT e a rádio NT. Esse trabalho é muito edificante e recompensador.)
Um desses atendimentos chamou muito a minha atenção e tomou cerca de uma hora do meu "fatídico" dia. Não vou contar detalhes, mas a pessoa ligou desesperada e estava com um estilete em sua casa pensando em tirar a sua vida. Para essa pessoa, não havia mais motivos para ser feliz nesse mundo. Pude ler alguns textos da Bíblia para ela ao telefone, dentre os quais I Coríntios 12:7 a 10, onde Paulo menciona uma das palavras mais belas das Escrituras: "A minha graça te basta". Não pude me conter ao ouvir o choro no outro lado da linha. O Espírito Santo tocou no seu coração. Ela entendeu que deveria focalizar mais em Cristo e não nos problemas. Ainda há muito a ser feito naquele ser destruído pelos devaneios e fracassos deste mundo de pecado, mas a Palavra de Deus "tomou em cheio" aquela pessoa e trouxe alento e descanso.
Muitas pessoas neste mundo precisam de uma palavra de amor, conforto e esperança. Nós podemos ajudá-las através de um e-mail, de um telefonema, um sorriso, uma oração, um alimento, ou apenas com o nosso exemplo. Deixemos Deus nos usar. Ele quer transformar dias escuros e sombrios em dias memoráveis!
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Conferência Geral Atlanta
Estamos caminhando para a parte final da GC2010 aqui em Atlanta. Tem sido marcante para mim ver a variedade de pessoas que adoram a Deus ao redor do mundo, pessoas de culturas e línguas diferentes que seguem a mesma Palavra.
Os arautos cantaram na última quinta feira no auditório principal do Georgia Dome e na segunda em um teatro aqui deste grande complexo. (Aqui é muito grande mesmo, temos que andar bastante!!)
Tive o privilégio de conhecer alguns cantores da igreja adventista. Os famosos The King's Heralds (que agora são The Heralds) e o grupo 7th Element (um grupo acapella que faz musica tipo Take 6). Fiquei muito feliz de ouvir pessoalmente a voz do Jeff (atual baixo do Heralds), um dos baixos mais poderosos e profundos que já ouvi!!
Vamos continuar orando pelas nomeações e decisões que serão tomadas. Que Deus esteja na direção de tudo!
Abraço!
terça-feira, 22 de junho de 2010
Conferência Geral - Atlanta
Hoje à noite iremos para Atlanta, onde ocorrerá a 59 assembléia da conferência geral dos adventistas do sétimo dia. Cantaremos em alguns momentos da conferência. Provavelmente, no próximo sábado 26/06, estaremos em Washington D.C. se Deus quiser!
Se der, mando algumas informações da nossa viagem. Abraço!
Se der, mando algumas informações da nossa viagem. Abraço!
sexta-feira, 18 de junho de 2010
"Quem é Jesus?"
Uma das coisas que tem me incomodado nos últimos dias é a tal da ênfase na pregação. Estou lendo um livro que fala sobre o assunto da homilética (“arte da exposição da palavra”) e a leitura aguçou um questionamento em minha mente: Qual deve ser o foco da nossa pregação? Cristo e/ou as doutrinas?
Creio que como igreja e como indivíduos temos por vezes nos equivocado em relação a esse assunto. Isso remonta desde os meados de 1888, na conferência geral em Minneapolis, onde vários assuntos disputavam a “pole” da ênfase na pregação, dentre eles o sábado e a lei. Mas Deus inspirou a mensageira do Senhor, Ellen White, a conduzir o povo no caminho do equilíbrio. Diga-se de passagem: a serva do Senhor foi extremamente equilibrada no sentido de exaltar a Cristo e as doutrinas em seus escritos. Aí está um exemplo a ser imitado.
Por que escrevo essas linhas? Porque me preocupo em batermos pesado no assunto da lei e esquecermos dAquele que é o Autor da Lei, nAquele que é a personificação dos desígnios escritos no Decálogo. Batemos pesado no sábado, mas não podemos nos esquecer de Jesus que é o Senhor do sábado. Será que podemos equilibrar esses assuntos? É claro que sim!
Preocupo-me com o texto de Mateus 21, onde fala sobre a entrada triunfal de Jesus. Foi um momento magistral na vida de Cristo. Ali estava o Mestre, montado num jumentinho (esse era o meio que os reis usavam para entrar na cidade e serem exaltados pela população – não significava humildade), era conduzido por um seleto grupo de pessoas: Lázaro, ressuscitado, puxava o jumento; os ex-leprosos, lançavam diante da procissão suas vestes incontaminadas; os ex-mudos, louvados e gritavam “hosanas” (esse é o correspondente para “AVE”, usado pelos romanos para designar Cesar); as crianças curadas, pulavam ao redor do Seu Messias; os cegos, indicavam o caminho do séquito; as ex-prostitutas, sorriam de modo digno e impoluto. Que procissão é essa? Que pessoas são essas? São pessoas que tiveram alguma EXPERIÊNCIA com Jesus.
Do outro lado, lemos o triste relato de alguns que diziam “Quem é este homem?”.
Como assim? Jesus passara 3 anos e meio desempenhando um ministério incomum, a Sua fama correra por toda a terra, e agora alguns vem e perguntam “Quem é esse?”.
A questão é a seguinte: Enquanto nos preocupamos em doutrinar, ensinar ritos, pessoas (dentro da igreja principalmente) tem perguntado: quem é Jesus?
Se algumas pessoas se esbarrassem com Jesus na fila do mercado, talvez não O reconheceriam. Ou quem sabe, ouvissem a Sua voz no radio e perguntariam: “Quem é este aí?”.
Preocupo-me com a frase: “200 pessoas foram batizadas...” Tudo bem... Mas será esse o “passaporte” para o Céu? Marcos 16:16 diz: “Quem crer e for batizado será salvo”. O problema não é ser batizado. A questão é batizar-se sem crer de fato em Jesus e naquilo que Ele disse. Saber doutrinas é uma coisa. Ter experiência com Jesus é outra totalmente diferente. Os demônios crêem, ou seja, sabem que Deus existe e conhecem as doutrinas, não é mesmo? Mas isso não os torna salvos. Conhecer um conjunto de ritos ou doutrinas não me tornam salvos. Preciso confiar em Jesus. Ter uma experiência transformadora com Ele.
Como seria interessante se eu, como cristão, vivesse e pregasse “Cristo e as doutrinas” de forma equilibrada. Vou falar sobre o sábado? Excelente. Mas fale também sobre o Senhor do sábado – Jesus. Vou falar sobre o Juízo? Por que não exaltar o Justo Juiz?
Lembro-me com carinho de uma apresentação que fizemos em uma igreja batista em São Paulo. Após a apresentação, houve um batismo. Antes da cerimônia batismal, o pastor (muito simpático e espiritual) com todo o amor e paixão perguntou ao candidato: “Você crê em Jesus de todo o seu coração? Quem é Jesus para você? Qual é o significado dEle na sua vida?” E ali, a pessoa deu um lindo testemunho de sua conversão.
Seria muito bom se, juntamente com a aceitação das crenças fundamentais da Palavra, a pessoa dissesse: “Eu aceito a Jesus do fundo do meu coração. Ele é o Salvador e Senhor da minha vida. Falo sempre com Ele, seja de manhazinha ou de noite. Eu O amo com toda a minha alma, com todas as minhas forças e com todo o meu entendimento.”
Essa deve ser a minha oração hoje e o foco de minha pregação. Exaltar a Cristo e aquilo o que Ele disse.
Creio que como igreja e como indivíduos temos por vezes nos equivocado em relação a esse assunto. Isso remonta desde os meados de 1888, na conferência geral em Minneapolis, onde vários assuntos disputavam a “pole” da ênfase na pregação, dentre eles o sábado e a lei. Mas Deus inspirou a mensageira do Senhor, Ellen White, a conduzir o povo no caminho do equilíbrio. Diga-se de passagem: a serva do Senhor foi extremamente equilibrada no sentido de exaltar a Cristo e as doutrinas em seus escritos. Aí está um exemplo a ser imitado.
Por que escrevo essas linhas? Porque me preocupo em batermos pesado no assunto da lei e esquecermos dAquele que é o Autor da Lei, nAquele que é a personificação dos desígnios escritos no Decálogo. Batemos pesado no sábado, mas não podemos nos esquecer de Jesus que é o Senhor do sábado. Será que podemos equilibrar esses assuntos? É claro que sim!
Preocupo-me com o texto de Mateus 21, onde fala sobre a entrada triunfal de Jesus. Foi um momento magistral na vida de Cristo. Ali estava o Mestre, montado num jumentinho (esse era o meio que os reis usavam para entrar na cidade e serem exaltados pela população – não significava humildade), era conduzido por um seleto grupo de pessoas: Lázaro, ressuscitado, puxava o jumento; os ex-leprosos, lançavam diante da procissão suas vestes incontaminadas; os ex-mudos, louvados e gritavam “hosanas” (esse é o correspondente para “AVE”, usado pelos romanos para designar Cesar); as crianças curadas, pulavam ao redor do Seu Messias; os cegos, indicavam o caminho do séquito; as ex-prostitutas, sorriam de modo digno e impoluto. Que procissão é essa? Que pessoas são essas? São pessoas que tiveram alguma EXPERIÊNCIA com Jesus.
Do outro lado, lemos o triste relato de alguns que diziam “Quem é este homem?”.
Como assim? Jesus passara 3 anos e meio desempenhando um ministério incomum, a Sua fama correra por toda a terra, e agora alguns vem e perguntam “Quem é esse?”.
A questão é a seguinte: Enquanto nos preocupamos em doutrinar, ensinar ritos, pessoas (dentro da igreja principalmente) tem perguntado: quem é Jesus?
Se algumas pessoas se esbarrassem com Jesus na fila do mercado, talvez não O reconheceriam. Ou quem sabe, ouvissem a Sua voz no radio e perguntariam: “Quem é este aí?”.
Preocupo-me com a frase: “200 pessoas foram batizadas...” Tudo bem... Mas será esse o “passaporte” para o Céu? Marcos 16:16 diz: “Quem crer e for batizado será salvo”. O problema não é ser batizado. A questão é batizar-se sem crer de fato em Jesus e naquilo que Ele disse. Saber doutrinas é uma coisa. Ter experiência com Jesus é outra totalmente diferente. Os demônios crêem, ou seja, sabem que Deus existe e conhecem as doutrinas, não é mesmo? Mas isso não os torna salvos. Conhecer um conjunto de ritos ou doutrinas não me tornam salvos. Preciso confiar em Jesus. Ter uma experiência transformadora com Ele.
Como seria interessante se eu, como cristão, vivesse e pregasse “Cristo e as doutrinas” de forma equilibrada. Vou falar sobre o sábado? Excelente. Mas fale também sobre o Senhor do sábado – Jesus. Vou falar sobre o Juízo? Por que não exaltar o Justo Juiz?
Lembro-me com carinho de uma apresentação que fizemos em uma igreja batista em São Paulo. Após a apresentação, houve um batismo. Antes da cerimônia batismal, o pastor (muito simpático e espiritual) com todo o amor e paixão perguntou ao candidato: “Você crê em Jesus de todo o seu coração? Quem é Jesus para você? Qual é o significado dEle na sua vida?” E ali, a pessoa deu um lindo testemunho de sua conversão.
Seria muito bom se, juntamente com a aceitação das crenças fundamentais da Palavra, a pessoa dissesse: “Eu aceito a Jesus do fundo do meu coração. Ele é o Salvador e Senhor da minha vida. Falo sempre com Ele, seja de manhazinha ou de noite. Eu O amo com toda a minha alma, com todas as minhas forças e com todo o meu entendimento.”
Essa deve ser a minha oração hoje e o foco de minha pregação. Exaltar a Cristo e aquilo o que Ele disse.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Pr. Ivalter Souza
Nesse final de semana, estivemos cantando na IASD central de Curitiba. Lá encontrei o pastor Ivalter Souza, que cantou baixo no quarteto Arautos do Rei na década de 1980 (81-85). Pude conversar um pouquinho com ele e até gravei uma pequena entrevista. (Quem sabe, depois posso colocar aqui.) O pastor Ivalter não exerce o ministério atualmente devido a questões de saúde. No tempo de Voz da Profecia, ele foi diretor da escola radiopostal (hoje escola bíblica da Novo Tempo) e atuou no setor da tesouraria. Fiquei sabendo também que sua primeira viagem com os Arautos durou mais de 30 dias! Ao final da entrevista, elogiei-o pelos anos dedicados à VP e disse que hoje nós colhemos o que ele e muitos outros plantaram no passado. Que Deus seja louvado por esses verdadeiros Arautos do Rei!
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Perdão
Tive o privilégio de apresentar o programa Lugar de Paz na TV Novo Tempo durante essa semana. (O programa é diário, de segunda a sexta, ao vivo às 17:00hs, com reprise às 9:30hs). Foi uma experiência marcante pra mim. Quando a gente pega um desafio desses, à princípio teme um pouco, mas depois acaba gostando. O tema da semana foi a respeito do perdão. Muitas pessoas escrevem para nós dizendo da necessidade de serem perdoadas por Deus e pelas outras pessoas, como uma jovem de Santa Catarina:
"Quero que Deus me dê o dom do perdão, pois guardo muitas mágoas e traumas do passado. Meu coração e minha alma estão cheios de ódio e rancor. Às vezes, penso até em tirar minha vida, pois não acho motivos para viver. Penso que Deus não me ouve. Meu pai é alcoólatra, minha mãe tem vários problemas de saúde. Orem por mim."
"Quero que Deus me dê o dom do perdão, pois guardo muitas mágoas e traumas do passado. Meu coração e minha alma estão cheios de ódio e rancor. Às vezes, penso até em tirar minha vida, pois não acho motivos para viver. Penso que Deus não me ouve. Meu pai é alcoólatra, minha mãe tem vários problemas de saúde. Orem por mim."
Percebeu o desespero dessa jovem? Está escravizada pelo passado, pelo ódio, pelas mágoas e leva consigo um fardo que a impede de viver. Seus pais também somam nesse processo de desespero e depressão: o pai é alcoólatra e a mãe está doente. Além disso, sua crença em Deus encontra-se abalada, pois acredita que Deus não a ouve mais.
A falta do perdão tem consumido o interior das pessoas. Como disse alguém: "rancor é um veneno que você toma esperando que o outro morra". As pessoas tem se envenenado aos poucos com os sentimentos ruins e decisões equivocadas. Quem nunca teve rancor e mágoa nesse mundo? A solução, é claro, existe somente em Deus.
A Bíblia encontra-se recheada de declarações a respeito do PERDÃO.
"Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de todas as injustiças". I João 1:9.
"Ainda que os vossos pecados sejam vermelhos como o carmesim, eles se tornarão como a lã". Isaías 1:18.
"Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro". Isaías 43:25.
Que maravilha! Deus é o Deus do perdão! Não importa o seu passado, não importa o que você tenha praticado ou pensado, Deus pode purificar, perdoar e justificar você. Mas e o assassinos? Deus perdoa. E os adúlteros? Deus perdoa. E os pedófilos? Deus perdoa.
Porém, Ele diz mais: "Vai e não peques mais". João 8:11. "O que confessa e DEIXA, misericórdia encontrará". Provérbios 28:13. O perdão de Deus não nos dá liberdade para vivermos da mesma forma como vivíamos antes, mas ele nos conduz para uma novidade de vida. Com uma mão, Jesus concede o perdão. Com a outra, nos dá poder para vencer o pecado. O que continua na prática deliberada do pecado tem extinguido, aos poucos, a atuação do Espírito Santo, Aquele que nos convence do erro. O perdão, então, nos liberta da prática do pecado.
Você está levando um fardo pesado demais em seu coração? Suas dívidas com o Céu e com os outros têm tirado o seu sono? Você tem tomado o cálice amargo do rancor e do ódio? Deus diz para você: Deixa esses fardos comigo. Deixa-me zerar suas dívidas. Não viva remoendo o passado. Quero que você viva livre e leve.
E o perdão ao próximo? Devo perdoar aqueles que me ofendem? Com certeza. Não é isso o que dizemos na oração modelo "Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores?" Devemos transferir o perdão que recebemos de Deus aos outros. Perdão não tem nada a ver com o que o outro fez. Perdão tem a ver com o que Deus fez por nós. A minha dívida com o céu é muito maior do que a dívida que o meu próximo comete contra mim. Portanto, devemos perdoar. Essa foi a ênfase dada por Jesus na parábola do credor incompassivo, em Mateus 18.
E o perdão ao próximo? Devo perdoar aqueles que me ofendem? Com certeza. Não é isso o que dizemos na oração modelo "Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores?" Devemos transferir o perdão que recebemos de Deus aos outros. Perdão não tem nada a ver com o que o outro fez. Perdão tem a ver com o que Deus fez por nós. A minha dívida com o céu é muito maior do que a dívida que o meu próximo comete contra mim. Portanto, devemos perdoar. Essa foi a ênfase dada por Jesus na parábola do credor incompassivo, em Mateus 18.
Querido amigo (a), entre nesse sábado sem remorsos ou rancores. Entregue seus problemas nas mãos de Deus. Busque e pratique o perdão. Ele não é um sentimento. É uma ação.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Médico dos médicos
Escrevo essa postagem numa lan house ao lado do hospital Beneficência Portuguesa em SP).
Na última terça feira, dia 06/04, passei por uma experiência angustiante. Meu filho de 10 meses teve que sofrer uma cirurgia no crânio para a correção de uma das suturas cranianas, a lambdóide esquerda. Ele nasceu com essa "moleira" fechada e foi necessária a correção, antes que completasse 1 ano.
Não foi fácil vê-lo deitadinho na maca, tendo que passar por uma anestesia geral e em seguida, por uma cirurgia que durou mais de 1 hora e meia. Mas o nosso Deus é grande e nos abençoou de forma grandiosa.
Há alguns meses atrás, consultamos com alguns médicos e estes indicaram um método cirurgico que seria bem mais dispendioso e traumático. Eles sugeriram uma reconstituição completa da parte porterior do crânio, com a troca dos lados do crânio. FIcamos assustados com esse diagnóstico. Oramos bastante. Ao perguntarmos para o médico que se dispôs a fazer essa cirurgia, ele nos disse: "Eu nunca fiz essa cirurgia antes!". Trememos na base. Mas Deus colocou um PARE nessa opção de cirurgia e nos mandou aqui para o hospital Beneficência em SP. Ele colocou em nosso caminho um dos melhores médicos neurologistas, o dr. Roberto Godoy, que realizou o método tradicional de cirurgia e descartou o outro método indicado pelo médico mencionado acima. Que Deus seja louvado por essa mudança! A cirurgia já foi realizada com sucesso e já pudemos ver melhoras!
Amanhã, faremos mais uma tomografia para ver os resultados da cirurgia. Mas não houve nenhuma complicação e nem para a UTI ele foi! Só tenho a agradecer a Deus e a todos que intercederam por nós. Continuem orando pela recuperação do nosso pequeno Miguelzinho. Um grande abraço!! Milton
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Em nome do Pai II
Só fazendo um breve comentário adicional ao post anterior...
Outro dia eu estava assistindo ao documentário "The expelled" protagonizado por Ben Stein e que aborda o apimentado assunto evolução&criação e design inteligente. Ao entrevistar o professor Richard Dawkings, Stein fica admirado ao perceber que o professor não descarta totalmente a crença no design inteligente, ou seja, na idéia de que universo teve um "start" a partir de Alguém ou um Ser superior.
Mas o que eu quero mencionar foi a pergunta feita por Stein ao professor ateu: "E se depois de morrer, o professor se encontrar com Deus... O que dirá a ele?". Dawkings, ironicamente, respondeu com uma frase dita por Bertrand Russell, também ateu: "Senhor, por que é que te escondeste tão bem?".
A idéia de que Deus está escondido, invisível, inacessível ou até mesmo morto, às vezes bate a nossa porta. Isso se nota em nossas ações e até em nossa religiosidade. Agimos como se Deus não existisse. Perdemos a fé nEle. O problema não é que Deus não responde. A questão é que nós nos afastamos dEle. Nós é quem viramos as costas para Ele.
Lembra-se da história da menina que foi passear com a mãe no parque? Em determinado momento, devido à multidão e as luzes daquele lugar, a menina se perdeu de sua mãe. Desesperada, foi achada pelo policial e conduzida novamente à mãe aflita. Ao abraçá-la, a menina então diz: "Mamãe, onde é que a senhora se perdeu?"
Agimos assim com Deus. Nós é quem largamos a mão e fugimos atrás das luzes desse mundo.
A ausência da glória de Deus no compartimento santíssimo do santuário não foi culpa de Deus, mas do homem. ICABOD, ou, "foi-se a glória", é uma experiência que vivemos constantemente no santuário do coração. Fingimos estar na presença de Deus, até realizamos uma religiosidade superficial, mas a glória não se encontra mais ali... É a tal da religião sem espiritualidade.
Seria bom revermos nossa vida de comunhão. Praticarmos a oração. Deus quer nos ver como templos vivos e quer morar em nós. Não pergunte a Deus onde Ele está. Diga a Ele, "Senhor, eu estou aqui. Ajude-me. Habite em mim!"
quarta-feira, 31 de março de 2010
Em nome do Pai
Estou nessa semana em Goiânia, participando da semana santa na igreja adventista de Coimbra, com transmissão via satélite pela Novo Tempo. Ao lado do nosso hotel, que fica no centro da cidade, descobri uma livraria evangélica e nela alguns livros interessantes. Há um bom tempo eu não comprava livros, acho que devido a minha falta de tempo ou pelos muitos que já tenho em casa. (Alguns fechados pra falar a verdade!). Comprei 2 livros de um autor que gosto, chamado Larry Crabb, um psicólogo e conselheiro espiritual americano. Eu já tinha lido 3 livros dele e estou apreciando agora a leitura do livro "Em nome do Pai", que trata o tema ORAÇÃO. Esse assunto tem despertado ultimamente muito a minha atenção. Creio que mais do que isso: tem despertado a minha necessidade de comunhão.
"Comunhão" é um assunto muito pessoal. Cada um tem que experimentar por si mesmo. Eu não posso ter comunhão com Deus por você, querido leitor do blog. Você tem que se aventurar por si mesmo; você e Deus. E nesse livro, tenho sido incentivado a ousar mais em minha conversa com Deus. Oração na verdade é isso: conversa. Não é um ajuntamento de frases rebuscadas. Muito menos um monte de pedidos egoístas (e como fazemos bem isso!!). Oração é entreter um relacionamento de amizade com Deus. É expor diante dEle quem nós somos, sem vergonha ou timidez. É colocar Deus na posição que Ele é: Criador soberano, e nós, criaturas dependentes dEle.
Uma das aplicações feitas por Crabb no início do livro fez-me pensar em um texto bíblico. Lembra-se do que Deus fez e disse ao Adão e Eva pecarem? Deus os procurou e disse: "Onde estás?". Essa foi a primeira manifestação da graça de Deus mencionada na Bíblia. Deus procurando o homem e buscando entreter uma conversa com Ele. Deus quis saber o que se passava no coração de Seus filhos. E Ele fez isso muitas vezes na Bíblia.
Porém, hoje, em pleno século XXI, um tempo marcado pelo secularismo, correria em busca de prazeres, realizações pessoais, século das luzes e sons, a humanidade é que tem clamado a plenos pulmões: "Onde estás, Senhor! Não consigo falar contigo! Parece que o Senhor não ouve! Por que te calas?". Você já se sentiu assim alguma vez? Clamou e parece que não foi ouvido? Parece que a oração não passa do teto? Parece que "orar" é uma experiência paranóica! "Que isso, fechar o olho e falar com alguém que não ouço, não vejo, nunca vi na minha vida... Isso é loucura!".
A oração é um ato de fé. É o tal do "lançar-se no escuro". E você corre o risco de ouvir o silêncio de Deus. Mas ao nos lançar nos braços esguios da oração, entramos na atmosfera da comunhão que nos traz a verdadeira felicidade e nos conduz ao real sentido da existência. A oração nos desnuda diante de Deus, como um paciente fica vulnerável diante do médico. Ela regula nossos pensamentos, normaliza nossa pressão e traz a paz que necessitamos. Ela faz o coração bater de forma compassada com o coração de Deus. Já sentiu isso?
Oração não é catarse. Não é análise. Não é lista de presentes para um papai noel distante. Não é muro de lamentações. É "abrir do coração a um Amigo". É amizade de respeito e dependência.
Gostei ao Crabb comparar a oração ao relacionamento de uma criança com seu pai. Isso me fez logo pensar em meu filho Miguel, de 11 meses de idade. Quando chego em casa, vejo seus bracinhos se agitando e, ao chegar perto dele, ele levanta suas mãozinhas e comunica sem palavras: "Pai, me pega! Quero ir aí pra cima no seu colo!". Deus espera ansiosamente ouvir de nós essas mesmas palavras. Ele é o Pai dos pais. Ele nos conhece como mais ninguém. Quero dizer a Ele hoje: "Toma-me em Seus braços, Senhor. Sou teu filho".
Por que não orar mais? Por que não depender mais de Deus? Por que não lançar nossos fardos, pecados, pesares e sonhos nas mãos de Deus? Convido você a fazer isso agora. Hoje. Ele está, a todo momento, pronto a nos ouvir. Quando você gritar para Ele: "Onde estás?", Ele irá dizer: "Estou aqui do Seu lado. Nunca saí de perto de você".
quinta-feira, 11 de março de 2010
Sorocaba
Durante essa semana, estamos participando de um evangelismo na igreja adventista central de Sorocaba. O tema é "O clamor da meia-noite", com enfoque no Santuário. A cada dia, o assunto tem despertado maior interesse e atenção. Que método fantástico de explicar o plano da redenção! O estudo do santuário mostra o cuidado de Deus em abordar, através de uma didática fácil e perfeita, as insondáveis riquezas do conhecimento de Deus e do Seu plano salvífico.
Já ouviu aquela expressão: "uma imagem vale mais que mil palavras"? Esse é o conceito primário no estudo do santuário. Mostrar conceitos através de figuras. Um altar, um cordeiro, lâmpadas acessas, fumaça, cheiro, gosto dos pães da "presença", tilintar das romãs na roupa do sumo-sacerdote... Tudo isso eram figuras do amor de Deus na busca de salvar o pecador.
Percebeu como o santuário mexe com nossos 5 sentidos? Audição (campainhas do sacerdote, shophar, etc.), tato (imolar o cordeiro, tocar nas pontas do altar, etc.), paladar (pães da proposição), olfato (incenso) e visão (todos os móveis, serviços, etc.). Tudo isso objetivava a reverência, adoração, louvor e penitência de Israel.
Tenho aprendido muito com os sermões do pr. Fernando. Com certeza, a semana tem sido uma bênção para todos. Quando pregamos as doutrinas da Bíblia, aliadas a doutrina de justificação pela fé, a verdade é semeada com poder nos corações.
Um grande abraço. Depois conto mais notícias!
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